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Washington já discute lista com possíveis sucessores de Gonzales
DE WASHINGTON
Poucos dias antes de deixar o
governo, quando a vitória da
oposição democrata no Congresso já parecia certa, o então
secretário da Defesa Donald
Rumsfeld recebeu um telefonema de George W. Bush dizendo que contava com todo o
seu apoio. No dia seguinte às
eleições, confirmada a derrota
republicana, a cabeça de Rumsfeld foi entregue em cerimônia
pública na Casa Branca.
O mesmo ritual se repete
com Alberto Gonzales.
Nas últimas horas, as rodas
políticas de Washington já discutiam uma lista de nomes cotados para substituí-lo. Vão de
Michael Chertoff, atual secretário de Segurança Interna, ao
ex-subsecretário de Justiça
Larry Thompson, passando pelo ex-senador e ator Fred
Thompson, um dos republicanos cogita sair candidato nas
eleições de 2008.
Assim como Rumsfeld, o secretário de Justiça encontrou
resistência entre os democratas desde o início. Alberto Gonzales foi anunciado em novembro de 2004 como o nome a
substituir John Ashcroft logo
após a conquista do segundo
mandato por Bush. Com a confirmação por um Senado ainda
republicano em fevereiro do
ano seguinte, esse texano de 51
anos se tornaria o hispânico a
ocupar o cargo mais importante na Casa Branca até hoje.
A idéia de Bush, além de
agradar uma comunidade que
responde por dezenas de milhões de eleitores, era oferecer
um contraponto ao religioso ultraconservador Ashcroft. Aos
poucos, porém, ficou claro ao
público o papel que o advogado
desempenhou no cargo de conselheiro jurídico da Casa Branca, que ocupou desde o início
do primeiro mandato de Bush.
É de autoria de Gonzales, por
exemplo, o chamado "Memorando da Tortura", de agosto de
2002, endossando o uso de
"métodos duros" de interrogatório a suspeitos de pertencerem à Al Qaeda. Sete meses antes, outro memorando seu afirmava que a guerra ao terror
"torna obsoletas as limitações
da Convenção de Genebra".
É dele ainda a autoria da Ordem Executiva assinada por
Bush que cria os Tribunais Militares de Exceção, que julgam
os prisioneiros de Guantánamo. Um dos principais defensores da Lei Patriota, Gonzales
se vê agora sendo abandonado
pela Casa Branca.
(SD)
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