São Paulo, quinta-feira, 22 de março de 2007

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Ajuda aos palestinos teve alta com Hamas no poder

Apesar do embargo, auxílio aumentou US$200 mi em 2006

STEVEN ERLANGER
DO "NEW YORK TIMES", EM JERUSALÉM

Apesar do embargo internacional imposto à Autoridade Nacional Palestina (ANP) desde que o grupo radical Hamas chegou ao poder, um ano atrás, um volume significativamente maior de ajuda foi dado aos palestinos em 2006 do que no ano anterior, revelam cifras oficiais das Nações Unidas, Estados Unidos, União Européia e Fundo Monetário Internacional. Em lugar de ser enviado à ANP, a maior parte do dinheiro foi dada diretamente a indivíduos ou por meio de agências independentes como o Programa Mundial de Alimentos. O FMI e a ONU dizem que os palestinos receberam US$ 1,2 bilhão em assistência e apoio orçamentário em 2006, cerca de US$ 300 per capita, contra US$ 1 bilhão em 2005.
Os EUA e a UE, que vêm liderando o boicote, também deram mais assistência aos palestinos em 2006 que em 2005. Washington aumentou para US$ 468 milhões em 2006 a verba para a agência da ONU de ajuda aos palestinos, contra US$ 400 milhões em 2005. A UE e seus Estados membros subsidiam 1 milhão de pessoas na Cisjordânia e na faixa de Gaza, um quarto da população palestina. "Os números são estarrecedores", comentou Alexander Costy, diretor de coordenação de Álvaro de Soto, o enviado especial da ONU para o Oriente Médio. "Os palestinos, sua economia e sua sociedade estão cada vez mais dependentes da assistência humanitária, e essa dependência está aumentando rapidamente."
Ontem o governo americano anunciou que irá cortar um terço da verba de US$ 86 milhões que havia pedido para fortalecer as forças de segurança do presidente palestino, Mahmoud Abbas, devido ao temor de que o dinheiro vá parar nos cofres do Hamas. A secretária de Estado, Condoleezza Rice, disse ao Congresso que submeterá um novo plano em breve, sem as verbas que poderiam chegar "às mãos erradas".

Diplomacia e violência
Mas em novo sinal de abertura em relação ao governo de união palestino aprovado no último sábado, o enviado da UE para o Oriente Médio, Marc Otte, se reuniu ontem com o novo ministro das Finanças, Salam Fayyad, economista ligado ao Fatah que já trabalhou no FMI. No primeiro confronto entre as duas facções desde a aprovação do governo de união, um militante do Fatah foi morto e sete pessoas ficaram feridas ontem em Gaza. Pouco depois, dois membros do Hamas foram seqüestrados na mesma região.


Com agências internacionais

Tradução de CLARA ALLAIN


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