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Peru integrará seus radares aos do Sivam
Sistema de vigilância vai monitorar faixa de 50 quilômetros de cada lado da fronteira comum, antecipando voos irregulares
Colômbia e Guiana Francesa também têm interesse no sistema de monitoramento,
que deverá favorecer o combate ao narcotráfico
DO ENVIADO A SANTIAGO
Das palavras à prática, o Peru
tomou a dianteira e fechou com
o Brasil acordo para monitoramento do espaço aéreo numa
faixa de 50 quilômetros em cada lado da fronteira comum.
O Ministério da Defesa fornecerá gratuitamente a Lima o
software operacional, que permitirá a integração dos radares
peruanos aos do Sivam (Sistema de Vigilância da Amazônia),
além da conexão via satélite e
treinamento técnico.
O contrato deverá ser assinado pelo ministro Nelson Jobim
nas próximas semanas, para
que o intercâmbio de dados comece antes de novembro. O Peru já tem os consoles de controle de voo e um radar.
Com a visualização do tráfego aéreo peruano na região, o
Comando da Aeronáutica poderá se antecipar à entrada de
uma aeronave ilegal em território brasileiro. Situação idêntica
ocorrerá em relação às autoridades peruanas.
Parceria similar começou a
ser negociada com a Colômbia
há duas semanas, durante a visita do ministro da Defesa colombiano, Juan Manuel Santos. A Guiana Francesa também tem interesse no projeto.
O efeito imediato é a melhora
da capacidade de interceptação. Atualmente, a notificação
prévia de voos ilegais por parte
dos vizinhos é precária. Desde
2004, a FAB tem autorização
legal para abater aviões suspeitos de traficar drogas.
O Brasil tem sido pressionado a cumprir os acordos internacionais antidrogas que assinou. Há uma semana, o presidente Lula anunciou a ideia de
formar um conselho regional
de combate ao narcotráfico.
Para a Defesa, a padronização dos sistemas de radar cria
condições favoráveis para que
os vizinhos venham a adquirir
aeronaves, veículos terrestres e
outros equipamentos. Também eleva a previsibilidade
operacional.
(CLAUDIO DANTAS SEQUEIRA)
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