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MULTIMÍDIA
The New York Times - de Nova York
Mídia dos EUA
reduz os limites
a sua expansão
STEPHEN LABATON
DO "THE NEW YORK TIMES"
Depois de anos de lobby e litígio, as maiores emissoras de TV e
outras empresas de mídia dos Estados Unidos começaram a conquistar importantes modificações
nas regras federais que limitam
sua capacidade de crescer e dominar mercados novos.
As mudanças refletem um novo
clima regulador em Washington,
tanto na Comissão Federal de Comunicações (FCC) quanto num
tribunal federal de apelações da
capital.
Numa mudança importante
dos veredictos que a Suprema
Corte vinha dando sobre o assunto havia décadas, a FCC e o tribunal de apelações vêm favorecendo
o direito de liberdade de expressão das grandes empresas e demonstrando ceticismo quanto ao
papel do governo na promoção
da diversidade nos meios de comunicação de massas.
Grupos de defesa dos consumidores afirmam que os regulamentos agora afrouxados foram instrumentos cruciais para promover a diversidade de pontos de vista nos setores jornalístico e de entretenimento. As empresas respondem que as novas tecnologias,
entre elas a internet, tornaram as
regras obsoletas.
A última vitória do setor ocorreu na semana passada, quando a
FCC revogou uma norma que
proíbe uma rede de televisão de
comprar outra.
Nas próximas semanas a comissão vai começar a afrouxar outro
regulamento, que impede uma
mesma empresa de ser proprietária de uma estação de TV e um
jornal impresso na mesma região.
Nas últimas semanas o tribunal
federal em questão -a Corte de
Apelações dos Estados Unidos no
Distrito de Columbia- deu duas
grandes vitórias às maiores empresas dos setores de cabo e emissoras. Ela revogou as regras que limitam o tamanho que uma companhia a cabo pode ter e expressou dúvidas sobre as normas que
restringem as dimensões das
emissoras nacionais.
"Este governo, a nova direção
da FCC e os tribunais estão revendo todas as regras mais importantes relativas à propriedade de
meios de comunicação e dizendo
que, "se não for possível racionalizar, vamos eliminar", disse Richard Wiley, ex-presidente da comissão e hoje advogado de companhias de mídia e emissoras.
Concentração de poder
As mudanças foram criticadas
por algumas organizações de defesa do consumidor, para as quais
elas concentrarão o poder da mídia, reduzindo a diversidade.
Para Andrew Jay Schwartzman,
presidente do Projeto de Acesso à
Mídia, grupo dedicado a promover o direito do público de participar dos meios de informação, as
normas em processo de revogação "garantem o acesso do público às notícias, e o fim delas possibilita a cartelização, na qual um
punhado de proprietários com
interesses cada vez mais comuns
têm a capacidade de moldar o
gosto público".
Os juízes do tribunal em Washington, porém, expressaram ceticismo em relação à premissa de
que os limites do governo à propriedade de órgãos de mídia promovem a diversidade na TV.
Vistas em conjunto, as alterações são as mais significativas dos
últimos anos no que se refere à
propriedade da mídia. Algumas
das normas revistas, como a limitação do número de estações que
uma emissora pode ter, datam do
nascimento da televisão, na década de 1940. Outras, como as restrições que impedem uma empresa
de ser dona de uma estação de TV
e um jornal na mesma região, foram adotadas na década de 1970.
Tradução de Clara Allain
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