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VENEZUELA
Se a oposição obtiver as assinaturas entre 27 e 31 de maio, a votação para reduzir o mandato será em 8 de agosto
Definidas datas para referendo anti-Chávez
DA REDAÇÃO
O referendo para abreviar o
mandato do presidente venezuelano, Hugo Chávez, deve ser realizado no dia 8 de agosto, caso a
oposição consiga as assinaturas
necessárias entre os dias 27 e 31 de
maio, anunciou ontem o Conselho Nacional Eleitoral (CNE).
Até o final desta edição, a Coordenação Democrática (CD)
-que reúne os principais partidos da oposição, mas está dividida sobre o assunto- não havia
decidido se aceita as novas decisões. Já os governistas disseram
que não recorrerão do que foi
anunciado ontem.
O CNE também aprovou o adiamento das eleições regionais para
prefeito e governador do dia 1º de
agosto para o dia 26 de setembro,
informou o presidente do órgão
eleitoral, Francisco Carrasquero.
A medida, um pedido da oposição, evita que as eleições regionais
coincidam com um eventual referendo para encurtar o mandato
de Chávez, que termina em 2007.
Mais assinaturas válidas
Em outra medida favorável à
oposição, Carrasquero fixou em
1.910.965 o total de assinaturas válidas coletadas pela oposição para
convocar o referendo, 83.948 a
mais do que a decisão anterior, de
2 março. O número é insuficiente
para convocar o referendo -2,43
milhões de assinaturas.
Carrasquero disse que 375.241
assinaturas foram totalmente rechaçadas e que 1.192.914 estão em
observação e têm de ser ratificadas pelos signatários nos últimos
cinco dias de maio.
Com isso, os opositores necessitam de cerca de 600 mil assinaturas para conseguir convocar a
consulta popular.
As assinaturas foram rejeitadas
por diversas razões, entre elas por
apresentar a mesma caligrafia nos
espaços destinados aos dados dos
signatários -as chamadas planilhas planas.
A Organização dos Estados
Americanos (OEA) e a ONG americana Centro Carter, observadores internacionais do processo,
avaliaram, no entanto, que não
houve indícios de fraudes durante
a coleta das assinaturas, em dezembro.
Procurado pela Folha ontem, o
Centro Carter informou que só se
pronunciaria sobre as determinações do CNE após um anúncio
oficial da oposição sobre o caso.
"Bastante aceitável"
Embora não tenha emitido sua
posição oficial, um dos representantes da oposição no CNE disse
ontem que as regras "pareciam
bastante aceitáveis".
"Temos a quantidade de assinaturas anunciadas, há um regulamento que parece -se não houver nenhuma surpresa- bastante aceitável. Tão aceitável que é
quase o que propusemos. E temos
um número de mesas [para coleta
de assinaturas] que teremos de
avaliar de novo para ver como podemos distribuí-las", disse Alberto Quiroz Corradi ao jornal oposicionista "El Universal".
Se o referendo for realizado antes do dia 19 de agosto e Chávez
perder, a Constituição prevê a
convocação de eleições no prazo
de um mês para designar um novo presidente, que cumpriria apenas o restante do mandato.
Por outro lado, caso o referendo
seja realizado depois de 19 de
agosto -que marca a metade do
mandato de Chávez- e o presidente for afastado, assume seu vice, José Vicente Rangel, fiel aliado
do governo.
Num país marcado pela polarização política, esta é a terceira vez
que a oposição tenta tirar Chávez
do poder. Em abril de 2002, com o
apoio de parte do Exército e da
imprensa nacional, houve um
frustrado golpe de Estado contra
o presidente, que ficou afastado
do poder por apenas 48 horas
-foi reconduzido ao poder por
militares fiéis. Entre dezembro de
2002 e fevereiro de 2003, a oposição promoveu uma greve geral
que paralisou a economia do país.
Com agências internacionais
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