São Paulo, quinta-feira, 22 de abril de 2004

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Governo aceita; oposição se divide

FABIANO MAISONNAVE
DA REDAÇÃO

Os governistas venezuelanos disseram ontem que aceitam as novas determinações do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) sobre o processo de convocação do referendo para abreviar o mandato do presidente Hugo Chávez.
Com isso, todas as atenções do país estavam voltadas para o anúncio oficial da Coordenação Democrática (associação de partidos e associações de oposição).
"Recebemos com insatisfação o conteúdo do regulamento, discordamos do aumento das assinaturas válidas. Parece-nos que isso aconteceu por causa pressão dos oposicionistas. Apesar disso, para contribuir com o processo que se desenvolve para voltar à normalidade, nós aceitamos a decisão que o CNE acaba de tomar. Aceitamos, mas sob protesto", disse à Folha o deputado governista Willian Lara, representante no CNE do Movimento Quinta República, o partido de Chávez.
A crítica de Lara se refere à validação de mais 83.498 assinaturas coletadas pela oposição em dezembro. Com isso, diminui um pouco o número de signatários que a oposição precisaria obter no final de maio.
Mesmo assim, ainda faltam cerca de 600 mil assinaturas para convocar o referendo.
Segundo Lara, o objetivo agora é formar um grupo de observadores governistas em todos os mais de 2.600 centros de coletas de assinatura previstos.
Segundo o analista político venezuelano Alfredo Keller, a oposição está dividida entre negociar com o CNE e aceitar a decisão de ontem ou tentar uma solução via Supremo Tribunal de Justiça e fazer uma "resistência civil ao governo". "Ninguém sabe qual será a posição final", disse.


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