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"EIXO DO MAL"
Moscou se aproxima de palestinos e bloqueia sanções contra Teerã
Rússia dá a mão ao Irã e ao Hamas
DA REDAÇÃO
A Rússia tem se aproximado do
governo palestino chefiado pelo
Hamas e se afastado de França,
Reino Unido e Estados Unidos,
membros permanentes do Conselho de Segurança, que exigem
sanções contra o Irã, em razão de
seu programa nuclear.
Esse projeto duplo, dizem analistas, sinaliza a vontade de se firmar no Oriente Médio, onde no
passado a União Soviética foi a
principal aliada de ditaduras laicas em países islâmicos.
Com relação ao Hamas, a diplomacia russa rompeu o cordão de
isolamento formado em torno
daquele grupo terrorista palestino. Recebeu no início de março
uma delegação dele em Moscou.
Na última terça-feira, o governo
russo entrou novamente na contramão do que foi decidido pelos
EUA e pela União Européia e, segundo o jornal "Izvestia", anunciou que transferiria US$ 10 milhões aos cofres administrados
pelo Hamas, em informação confirmada pelo ministro palestino
das Finanças, Omar Abdel Razek.
Com relação à proliferação nuclear, Moscou anunciou ontem
suas próprias regras para o jogo
cerrado que o Conselho de Segurança desencadeou contra o Irã.
O porta-voz de sua diplomacia,
Mikhail Kamynin, afirmou: "Só
poderemos falar de sanções depois que tivermos fatos concretos
de que o Irã não está exclusivamente empenhado em atividades
nucleares pacíficas".
Pouco depois, para reiterar a
posição, pronunciou-se em termos parecidos o vice-ministro do
Exterior, Serguei Kislyak.
Para a Rússia, o retrato real do
que ocorre no Irã só seria fornecido pela AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica).
O argumento, dizem analistas, é
faccioso. O Irã não permite que os
inspetores da agência tenham
acesso a todas as suas instalações.
Com isso, eles não obterão as
"provas" que Moscou considera
necessárias para adotar sanções.
Os EUA, o Reino Unido e a
França, também membros permanentes do CS, acreditam que o
sinal verde para punir o Irã esteja
bem mais próximo: no relatório
que o diretor da AIEA deverá
apresentar no final da próxima
semana e no qual dirá se Teerã interrompeu o enriquecimento de
urânio e está cumprindo as obrigações que assumiu quanto ao
uso pacífico do átomo.
A China também se opõe às
sanções. Mas seu comportamento
tem sido mais discreto.
Com agências internacionais
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