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GUERRA SEM LIMITES
Estátua da Liberdade seria um dos alvos; governo adverte que terroristas teriam armas de destruição em massa
FBI alerta sobre hipótese de ataque em NY
SÉRGIO DÁVILA
DE NOVA YORK
O FBI, a polícia federal dos EUA,
divulgou ontem que acredita que
os monumentos mais famosos de
Nova York, como a Estátua da Liberdade e a Ponte do Brooklyn,
estejam no alvo de novos ataques
terroristas. A informação, obtida
pela divisão responsável pela repressão ao terror, foi baseada em
entrevistas preliminares com os
membros da Al Qaeda detidos pelos EUA.
Como primeira medida, a segurança foi aumentada nas redondezas dos monumentos da cidade
assim que a informação foi divulgada. O comissário Raymond
Kelly disse que polícia nova-iorquina está trabalhando junto das
autoridades federais e que o departamento está preparado para
qualquer eventualidade.
"O departamento está fazendo o
melhor que pode para prevenir
outro incidente ou agir no caso de
um outro acontecer", disse ele. O
anúncio do FBI chegou em um
momento delicado para Nova
York. Hoje é o dia da abertura da
regata Fleet Week 2002, que acontece todos os anos, reúne embarcações do mundo todo e atrai milhares de pessoas para as margens
dos rios da cidade.
A segurança do evento também
foi incrementada, e novas regras
foram criadas. Nenhuma embarcação pode chegar a menos de 150
metros da sede da Organização
das Nações Unidas (ONU), da
Ellis Island ou da Liberty Island,
onde fica a Estátua da Liberdade.
Mais: nenhuma embarcação deve
passar de 25 metros das pontes,
píeres, túneis de ventilação e lugares públicos que estejam de frente
para os rios.
O prefeito Michael Bloomberg
disse ontem que não via nenhuma
razão pela qual as pessoas não devessem participar da regata ou de
outras atividades durante o fim de
semana. "Quanto mais as pessoas
saem nas ruas, mais segura esta
cidade será, e estamos acostumados com grandes eventos. Esta regata é apenas mais um", disse
Bloomberg. "Há ameaças a toda
hora, infelizmente. Mas felizmente, a maior parte delas é apenas
boataria".
O secretário da Defesa dos EUA,
Donald Rumsfeld, não tem a mesma opinião. Ele acredita que é
inevitável que os grupos terroristas tenham armas de destruição
maciça, o que o faz ainda mais
preocupado com a possibilidade
de novos ataques aos EUA.
"Temos de reconhecer que a rede terrorista tem relações com os
países que apóiam ou permitem o
terrorismo e que tem armas de
destruição maciça, portanto eles
vão sem dúvida ter acesso a essas
armas e não hesitariam por nenhum minuto antes de usá-las",
afirmou ele.
Rumsfeld acredita que as novas
armas dos terroristas possam ser
químicas, biológicas, radioativas
ou nucleares, muitas das quais
com capacidade de causar milhares de mortes, e que a idéia dos
terroristas é fazer um novo ataque
no mesmo nível de destruição que
os de 11 de setembro.
"Bin Laden trata a vontade de
adquirir armas de destruição maciça como um "dever religioso" e a
ameaça de que ele voltará a atuar
nos EUA foi confirmada pelas entrevistas feitas com membros da
Al Qaeda pelo FBI", afirmou o secretário. Os membros da Al Qaeda estão sendo mantidos em lugar
não divulgado.
Rumsfeld deu essas declarações
um dia depois que o diretor do
FBI, Robert Mueller, dizer que era
"inevitável que novos terroristas
suicidas tentem novos ataques,
apesar dos esforços dos EUA de
reorganizar a segurança nacional
desde 11 de setembro."
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