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JUSTIÇA
Segundo a acusação, autoridades de Teerã "apoiaram e supervisionaram" ataque que matou 19 americanos na Arábia Saudita
EUA implicam Irã em atentado de 1996
DA REUTERS
Os EUA afirmaram ontem que
o atentado de 1996 contra um
complexo militar na Arábia Saudita, no qual 19 americanos morreram e cerca de 500 pessoas ficaram feridas, foi "inspirado, apoiado e supervisionado" por membros do governo do Irã.
O secretário de Justiça dos EUA,
John Ashcroft, anunciou o indiciamento de 13 sauditas e um libanês pela explosão de instalações
militares nas torres Khobar, em
Dhahran, na Arábia Saudita.
Os acusados são 13 integrantes
do Hizbollah saudita, incluindo o
chefe do braço armado da organização islâmica extremista, e um libanês -um químico do Hizbollah do Líbano- que teria ajudado a construir bombas. Apesar do
suposto envolvimento, não foram
indiciadas autoridades iranianas.
"O indiciamento aponta que os
suspeitos relataram suas atividades de vigilância a autoridades
iranianas e foram apoiados e dirigidos nessas operações por autoridades do Irã", disse Ashcroft. "A
única limitação no caso, como em
qualquer caso criminal, é o quanto conseguiremos provar."
De acordo com o secretário, os
terroristas começaram a trabalhar no atentado ainda em 1993,
"quando membros do Hizbollah
iniciaram uma vigilância abrangente para encontrar alvos americanos na Arábia Saudita". "Em
1995, eles se concentraram nas
torres Khobar", afirmou.
O diretor do FBI (polícia federal
dos EUA), Louis Freeh, disse que
apenas alguns suspeitos estão sob
custódia. Ele não revelou, entretanto, quantos deles. Freeh afirmou que há a possibilidade de
que alguns estejam no Irã.
As 46 acusações relacionadas no
documento, de 29 páginas, incluem os crimes de conspiração
para matar americanos, conspiração para usar armas de destruição
em massa e explosão com mortes.
Os 14 foram os primeiros a ser indiciados no caso, e as acusações
foram apresentadas apenas quatro dias antes do prazo para que
algumas delas prescrevessem.
Em 25 de junho de 1996, dois
homens que dirigiam um caminhão carregado com mais de duas
toneladas de explosivos tentaram
entrar no complexo, que abrigava
militares americanos, sauditas,
franceses e britânicos.
Barrados pela segurança, eles
abandonaram o veículo e fugiram
em um carro. As bombas explodiram antes que os prédios de apartamentos na área fossem esvaziados totalmente.
A suspeita de envolvimento do
governo do Irã, que desde a Revolução Islâmica (1979) classifica os
EUA de "satã", foi levantada logo
após o atentado. Mas nenhuma
acusação formal havia sido feita.
Freeh afirmou que o indiciamento contém 35 referências ao Irã,
mas enfatizou que não houve
"considerações diplomáticas".
A ascensão do reformista Mohamad Khatami à Presidência,
em 1997, deu ligeiro alento às relações Irã-EUA. Houve até medidas
para atenuar sanções que os iranianos enfrentam desde 1990,
mas o país continua a ser citado
pelo presidente George W. Bush
como um dos Estados "irresponsáveis" que justificam o seu controverso plano de escudo antimísseis.
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