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ENTRE AMIGOS
Premiê fica à vontade entre dirigentes de ideologia diversa da sua
Direita não constrange Blair
STEPHEN CASTLE
DO "THE INDEPENDENT", EM SEVILHA
A cúpula da União Européia,
em Sevilha, deveria causar sensação de isolamento num dos
poucos sobreviventes do centro-esquerda europeu, que já foi
tão poderoso. Em lugar disso,
porém, Tony Blair está se mostrando muito à vontade na companhia dos líderes europeus de
linha diferente da sua.
Desde a fase de 1997 e 1998,
quando a esquerda acumulou
vitórias em Londres, Paris e Berlim, a maré na Europa virou:
Portugal, Dinamarca, Itália, Holanda e França foram dominados pela direita.
Apesar disso, poucas vezes o
premiê britânico tem aparentado menos constrangimento,
tanto assim que ajudou a redigir
a pauta da cúpula, ao lado de José Maria Aznar, primeiro-ministro da Espanha, que detém a
presidência da UE no momento. Líder do centro-direita espanhol, Aznar é um dos aliados
mais próximos de Blair.
E o premiê britânico tampouco hesitou em formar uma
aliança com o polêmico Silvio
Berlusconi, primeiro-ministro
da Itália.
Blair se reuniu com o premiê
dinamarquês, Anders Fogh
Rasmussen, também do centro-direita e que recentemente endureceu as leis de seu país em
relação aos candidatos a asilo, e
jantou com o presidente francês
reeleito, Jacques Chirac.
Contrastando com isso, as relações de Blair com a "família"
socialista européia nem sempre
foram tranquilas. Seus contatos
com Gerhard Schröder têm sido
cordiais, porém formais, e suas
relações com Lionel Jospin, que
perdeu há pouco o cargo de premiê da França, eram frias.
Apesar das sucessivas derrotas do centro-esquerda, Blair
ainda acha que o Reino Unido
está vencendo o debate na Europa, apesar de sustentar que a natureza de seu governo não mudou.
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