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São Paulo, domingo, 22 de junho de 2003

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PAZ SOB ATAQUE

Representantes dos EUA, União Européia, Rússia e ONU devem se encontrar para discutir paz na região

Israel mata líder do Hamas em Hebron

DA REDAÇÃO

As Forças de Defesa de Israel mataram ontem um dos líderes do Hamas -principal grupo terrorista palestino- em Hebron, Cisjordânia. Segundo o jornal israelense "Haaretz", Abdullah Kawasme era o dirigente militar do grupo na cidade.
Kawasme teria sido morto após reagir a uma tentativa de prisão, informaram as forças israelenses. Ele estaria armado e teria tentado fugir. Segundo testemunhas, os soldados atiraram contra o carro do terrorista.
Acusado de planejar uma série de atentados contra Israel, Kawasme seria o mentor da explosão de um homem-bomba em um ônibus no centro de Jerusalém, no último dia 11, que matou 17 pessoas.
Após o incidente, as forças israelenses impuseram um toque de recolher em Hebron. Entretanto, durante à noite, ouviram-se disparos no centro da cidade.

Plano ameaçado
Anteontem, durante visita relâmpago a Israel e aos territórios palestinos, o secretário de Estado americano, Colin Powell, chamou o Hamas de "inimigo da paz".
Powell esteve na região em um esforço americano para salvar o plano de paz entre israelenses e palestinos, diante da persistência dos ataques mútuos após a cúpula da Jordânia, em 4 de junho.
Naquele dia, os premiês de Israel, Ariel Sharon, e da Autoridade Nacional Palestina, Abu Mazen, concordaram em adotar as medidas traçadas pelo "Quarteto" -EUA, União Européia, Rússia e ONU- que, entre outras coisas, prevêem a criação de um Estado palestino em 2005.
Mas, desde então, 42 palestinos e 27 israelenses foram mortos numa onda de violência que já dura 33 meses e deixou mais de 3.000 mortos. Ontem, um palestino morreu após não resistir aos ferimentos causados por um ataque israelense na semana passada.

"Bomba-relógio"
Um dos maiores obstáculos à paz tem sido a negociação de uma trégua, pela ANP, com os grupos terroristas que não aceitam o direito de Israel de existir.
Ontem, o governo de Sharon voltou a pressionar a ANP para desmantelar os grupos terroristas, prometendo continuar com seus "ataques seletivos" na Cisjordânia e na faixa de Gaza contra líderes desses grupos, a quem Israel chama de "bombas-relógio".
O chanceler israelense, Silvan Shalom, afirmou que nenhum progresso no plano pode ser feito enquanto a ANP "não decidir" desmantelar o Hamas.
Abu Mazen afirma não ter homens nem armas suficientes para forçar o Hamas a desarmar. Para ele, uma ação violenta de repressão ao grupo terrorista desencadearia uma guerra civil.
No próximo domingo, um grupo de mediadores deve se reunir na Jordânia para discutir os avanços no plano de paz e seus obstáculos. Participariam do encontro Colin Powell, o chanceler russo, Igor Ivanov, o diplomata-chefe da UE, Javier Solana, e o secretário-geral da ONU, Kofi Annan.
É possível ainda que o presidente George W. Bush envie à região, nos próximos dias, a conselheira de segurança nacional dos EUA, Condoleezza Rice, como sua "representante especial".


Com agências internacionais

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