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PAZ SOB ATAQUE
Representantes dos EUA, União Européia, Rússia e ONU devem se encontrar para discutir paz na região
Israel mata líder do Hamas em Hebron
DA REDAÇÃO
As Forças de Defesa de Israel
mataram ontem um dos líderes
do Hamas -principal grupo terrorista palestino- em Hebron,
Cisjordânia. Segundo o jornal israelense "Haaretz", Abdullah Kawasme era o dirigente militar do
grupo na cidade.
Kawasme teria sido morto após
reagir a uma tentativa de prisão,
informaram as forças israelenses.
Ele estaria armado e teria tentado
fugir. Segundo testemunhas, os
soldados atiraram contra o carro
do terrorista.
Acusado de planejar uma série
de atentados contra Israel, Kawasme seria o mentor da explosão de um homem-bomba em
um ônibus no centro de Jerusalém, no último dia 11, que matou
17 pessoas.
Após o incidente, as forças israelenses impuseram um toque
de recolher em Hebron. Entretanto, durante à noite, ouviram-se
disparos no centro da cidade.
Plano ameaçado
Anteontem, durante visita relâmpago a Israel e aos territórios
palestinos, o secretário de Estado
americano, Colin Powell, chamou
o Hamas de "inimigo da paz".
Powell esteve na região em um
esforço americano para salvar o
plano de paz entre israelenses e
palestinos, diante da persistência
dos ataques mútuos após a cúpula
da Jordânia, em 4 de junho.
Naquele dia, os premiês de Israel, Ariel Sharon, e da Autoridade Nacional Palestina, Abu Mazen, concordaram em adotar as
medidas traçadas pelo "Quarteto"
-EUA, União Européia, Rússia e
ONU- que, entre outras coisas,
prevêem a criação de um Estado
palestino em 2005.
Mas, desde então, 42 palestinos
e 27 israelenses foram mortos numa onda de violência que já dura
33 meses e deixou mais de 3.000
mortos. Ontem, um palestino
morreu após não resistir aos ferimentos causados por um ataque
israelense na semana passada.
"Bomba-relógio"
Um dos maiores obstáculos à
paz tem sido a negociação de uma
trégua, pela ANP, com os grupos
terroristas que não aceitam o direito de Israel de existir.
Ontem, o governo de Sharon
voltou a pressionar a ANP para
desmantelar os grupos terroristas, prometendo continuar com
seus "ataques seletivos" na Cisjordânia e na faixa de Gaza contra líderes desses grupos, a quem Israel
chama de "bombas-relógio".
O chanceler israelense, Silvan
Shalom, afirmou que nenhum
progresso no plano pode ser feito
enquanto a ANP "não decidir"
desmantelar o Hamas.
Abu Mazen afirma não ter homens nem armas suficientes para
forçar o Hamas a desarmar. Para
ele, uma ação violenta de repressão ao grupo terrorista desencadearia uma guerra civil.
No próximo domingo, um grupo de mediadores deve se reunir
na Jordânia para discutir os avanços no plano de paz e seus obstáculos. Participariam do encontro
Colin Powell, o chanceler russo,
Igor Ivanov, o diplomata-chefe da
UE, Javier Solana, e o secretário-geral da ONU, Kofi Annan.
É possível ainda que o presidente George W. Bush envie à região,
nos próximos dias, a conselheira
de segurança nacional dos EUA,
Condoleezza Rice, como sua "representante especial".
Com agências internacionais
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