|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Seul manterá tropas apesar de refém
DA REDAÇÃO
Seul anunciou ontem que manterá o plano de enviar ao Iraque
3.000 soldados a partir de agosto,
apesar do seqüestro de um sul-coreano pela insurgência iraquiana,
que ameaçava decapitá-lo.
"Não há mudança na posição
do governo. Mandaremos tropas
para ajudar a estabelecer a paz e a
reconstruir o Iraque", disse o vice-chanceler, Choi Young-jin. O
presidente, Roh Moo-hyun, chamou o episódio de "um infortúnio profundamente lamentável".
A TV por satélite Al Jazira, de
Qatar, exibiu anteontem um vídeo gravado por supostos membros do grupo comandado pelo
terrorista jordaniano Abu Musab
Zarqawi, ligado à Al Qaeda e suspeito de uma série de atentados
no Iraque, no qual o sul-coreano
Kim Sun-il implora por sua vida e
pede a Seul que retire suas tropas
do Iraque. Já há no país uma equipe de apoio de quase 700 engenheiros e médicos militares.
Os seqüestradores deram 24 horas para a exigência ser cumprida,
ameaçando, em caso contrário,
"mandar a cabeça do coreano".
Até o fechamento desta edição,
não havia notícia sobre o cumprimento ou não da ameaça. Na sexta-feira, o engenheiro americano
Paul Johnson foi degolado por extremistas que o seqüestraram na
Arábia Saudita. As imagens foram publicadas na internet.
Segundo a imprensa local, Kim,
33, trabalhava no Iraque havia oito meses para a sul-coreana Gana
General Trading, Co., fornecedora do Exército americano. Os jornais locais também afirmaram, citando a Gana, que outros dez estrangeiros foram capturados com
o sul-coreano -inclusive um jornalista europeu. A notícia não pôde ser confirmada.
Kim foi seqüestrado no último
dia 17. quando fazia uma entrega
em Fallujah, no oeste do Iraque,
disse um porta-voz da empresa. O
presidente da Gana tentou negociar sua libertação, em vão.
A decisão de manter o destacamento gerou protestos em pelo
menos três grandes cidades sul-coreanas. Em Seul, centenas de
manifestantes fizeram vigília durante a madrugada de ontem para
pedir a libertação de Kim e exigir
a desistência do envio de tropas.
Mortes
A violência seguiu no Iraque
com a morte de cinco iraquianos
em um ataque a bomba em uma
estrada na região de Mossul (norte) e de quatro soldados americanos em Ramadi, no Triângulo Sunita -um bastião do regime deposto que se estende a oeste e ao
norte da capital. O comando americano confirmou as baixas, mas
não esclareceu as circunstâncias.
Na vizinha Fallujah, centenas de
pessoas protestaram contra um
ataque aéreo americano que matou 22 pessoas no sábado. Os EUA
afirmam que o alvo era uma casa
onde se escondia Zarqawi, mas a
população e a polícia local dizem
que o local era ocupado por civis.
Também ontem, autoridades
iraquianas anunciaram a retomada parcial das exportações de petróleo após um duplo ataque, na
semana passada, contra oleodutos na região de Basra (sul). Mas
os reparos não foram concluídos.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Acusados de tortura culpam Washington Próximo Texto: EUA exageram valor dos detidos em Guantánamo Índice
|