São Paulo, quinta-feira, 22 de junho de 2006

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Israel erra o alvo e mata dois civis em Gaza

Míssil visava automóvel, mas atingiu uma casa; entre feridos estão duas crianças com menos de um ano

Hatem Moussa/Associated Press
Palestina se curva sobre corpo da filha, morta na terça em Gaza


DA REDAÇÃO

Israel errou ontem novamente o alvo, ao tentar destruir um automóvel que transportava terroristas do Jihad Islâmico, e atingiu com um míssil lançado de helicóptero um domicílio em Gaza, matando dois civis palestinos e ferindo 13.
Com o incidente já são 14 os civis mortos por engano nos últimos dias. As duas novas vítimas são uma dona-de-casa e um parente seu, emigrado na Arábia Saudita. Entre os feridos estão quatro crianças, duas delas com menos de um ano.
Um porta-voz militar israelense disse que foi aberto um inquérito para identificar as causas desses erros sucessivos. Mas disse também que Israel não abrirá mão do lançamento de mísseis sobre pessoas envolvidas no disparo de foguetes de fabricação doméstica Qassam sobre civis israelenses.
Anteontem, mísseis israelenses mataram em Gaza duas crianças e um adolescente.
O grupo islâmico radical Hamas, que controla o governo palestino, qualificou o ataque de "crime de guerra".
Nas Nações Unidas, o subsecretário para assuntos políticos, Ibrahim Gambari, apelou para que Israel não prossiga nessas operações, em razão das vítimas civis que elas têm provocado. O alto funcionário lembrou também que no mês passado terroristas palestinos lançaram 176 Qassam sobre alvos civis israelenses.

Conflito interno
Três pessoas saíram feridas em confrontos entre facções palestinas rivais, ontem à noite, em Gaza. Uma bomba colocada num automóvel explodiu perto do QG das forças de segurança oficiais. O veículo pertencia a Iasser Dahlan, irmão de um dos confidentes do presidente palestino, Mahmoud Abbas.
Este, por sua vez, disse ontem na Jordânia que há "indícios" de que seus rivais do Hamas reconhecerão em breve o direito de Israel à existência.
O grupo islâmico, segundo Abbas, rejeita "por enquanto" a proposta feita em prisões israelenses por prisioneiros políticos palestinos, pela qual a região seria dividida entre dois Estados independentes.
Mas o Hamas, disse o presidente, "poderá aceitar nos próximos dias" essa solução.
Abbas se reunirá amanhã na cidade jordaniana de Petra com o primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, a convite do monarca jordaniano.


Com agências internacionais

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