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VELHOS HÁBITOS
Campanha
tem denúncia
de compra
de votos
do enviado especial
Embora até ontem não tenham surgido denúncias formais, a compra de votos ainda
parece ser uma atitude comum
na Colômbia.
Segundo reportagem publicada pelo jornal "El Tiempo"
anteontem, intermediários de
partidos políticos estariam oferecendo cestas básicas, material
de construção e até mesmo dinheiro para eleitores, em troca
do comparecimento à urna e o
compromisso, ainda que verbal,
de votar num determinado candidato.
Na Colômbia, votar não é
obrigatório. A taxa de abstenção
costuma ficar entre 50% e 60%.
Há 20,9 milhões de eleitores no
país.
Uma moradora de Barranquilla, porto fluvial, disse ao
"El Tiempo" que, no primeiro
turno das eleições, em 31 de
maio, foi levada ao local de votação por um intermediário do
Partido Liberal. Ao sair da cabine, teria recebido 10 mil pesos
(pouco mais de US$ 7).
Há cerca de uma semana, a
mesma pessoa teria lhe dado algumas telhas e a mesma quantia
em dinheiro. Outros US$ 7 teriam sido prometidos para ontem, caso Juana Barrios (nome
fictício) comparecesse às urnas.
Outras denúncias foram feitas
pelo "El Tiempo", que, no entanto, não as comprovou.
Durante a campanha, só houve uma denúncia oficial de fraude: o desvio de 61 cédulas de votação, canceladas pela Justiça
Eleitoral.
Mas diversos jornalistas, cientistas políticos e eleitores afirmaram à Folha que a compra de
votos ainda é um hábito nas
eleições colombianas.
E, numa eleição disputada como a de ontem, fraudes, ainda
que pequenas, podem ser decisivas.
(OD)
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