São Paulo, segunda, 22 de junho de 1998

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VELHOS HÁBITOS
Campanha tem denúncia de compra de votos

do enviado especial

Embora até ontem não tenham surgido denúncias formais, a compra de votos ainda parece ser uma atitude comum na Colômbia.
Segundo reportagem publicada pelo jornal "El Tiempo" anteontem, intermediários de partidos políticos estariam oferecendo cestas básicas, material de construção e até mesmo dinheiro para eleitores, em troca do comparecimento à urna e o compromisso, ainda que verbal, de votar num determinado candidato.
Na Colômbia, votar não é obrigatório. A taxa de abstenção costuma ficar entre 50% e 60%. Há 20,9 milhões de eleitores no país.
Uma moradora de Barranquilla, porto fluvial, disse ao "El Tiempo" que, no primeiro turno das eleições, em 31 de maio, foi levada ao local de votação por um intermediário do Partido Liberal. Ao sair da cabine, teria recebido 10 mil pesos (pouco mais de US$ 7).
Há cerca de uma semana, a mesma pessoa teria lhe dado algumas telhas e a mesma quantia em dinheiro. Outros US$ 7 teriam sido prometidos para ontem, caso Juana Barrios (nome fictício) comparecesse às urnas.
Outras denúncias foram feitas pelo "El Tiempo", que, no entanto, não as comprovou.
Durante a campanha, só houve uma denúncia oficial de fraude: o desvio de 61 cédulas de votação, canceladas pela Justiça Eleitoral.
Mas diversos jornalistas, cientistas políticos e eleitores afirmaram à Folha que a compra de votos ainda é um hábito nas eleições colombianas.
E, numa eleição disputada como a de ontem, fraudes, ainda que pequenas, podem ser decisivas. (OD)



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