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Impopularidade de Chirac e premiê é recorde
MÁRCIO SENNE DE MORAES
DA REDAÇÃO
As disputas no partido governista francês UMP (União por um
Movimento Popular), que opõem
o presidente Jacques Chirac ao
ministro das Finanças, Nicolas
Sarkozy, e a reforma da Previdência Social atingiram duramente a
popularidade de Chirac, a do premiê Jean-Pierre Raffarin e até a do
antes intocável Sarkozy.
Segundo pesquisa publicada
anteontem no diário francês "Libération", a popularidade de Chirac caiu quatro pontos percentuais em um mês, chegando a
41%. Ou seja, índice um ponto
percentual superior a seu nível
mais baixo, registrado em junho.
Raffarin, por sua vez, observou
seu índice de popularidade chegar a 29%, o mais baixo dos dois
anos de seu governo. Para piorar
ainda mais a situação do premiê
francês, entre os simpatizantes do
centro-direita, a sua maior base
de apoio, sua popularidade caiu
nove pontos percentuais.
A imagem de Sarkozy também
deu sinais de fraqueza, segundo a
pesquisa, que ouviu 1.001 adultos
franceses entre 16 e 17 de julho e
teve margem de erro de um ponto
percentual para cima ou para baixo. Assim, 57% dos entrevistados
(e 63% dos eleitores do centro-direita) afirmaram que o presidente
estava certo quando, em 14 de julho, repreendeu seu desafeto.
No dia da maior festa francesa, a
comemoração da queda da Bastilha, Chirac ressaltou que Sarkozy,
cuja intenção de candidatar-se à
Presidência em 2007 se torna cada
vez mais clara, não poderia ser
ministro das Finanças e presidente da UMP ao mesmo tempo.
"Chirac e Sarkozy disputam,
dentro da UMP, a candidatura à
Presidência da França em 2007. O
primeiro é hoje presidente da República, o que lhe dá muita força
no partido. Todavia o segundo
era, até pouco tempo atrás, o ministro mais popular do gabinete
de Raffarin e pretende chegar à
presidência da UMP no final do
ano", explicou à Folha Dominique Reynié, do Instituto de Estudos Políticos de Paris.
"Dois aspectos são importantes
nessa última pesquisa. Primeiro,
as disputas internas na UMP e o
modo como a reforma da Previdência vem sendo conduzida são
bastante impopulares. Segundo,
Sarkozy já não é mais tão querido.
Isso mesmo entre os simpatizantes da direita", acrescentou.
Embora tenha salientado que a
eleição presidencial ainda está
muito longe para que as tendências de hoje possam ter algum
efeito sobre ela, Reynié afirmou
ainda que, no mínimo, a situação
atual dá alento à esquerda. Esta,
"até meses atrás, estava totalmente sem rumo", segundo ele.
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