São Paulo, quinta-feira, 22 de julho de 2004

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Impopularidade de Chirac e premiê é recorde

MÁRCIO SENNE DE MORAES
DA REDAÇÃO

As disputas no partido governista francês UMP (União por um Movimento Popular), que opõem o presidente Jacques Chirac ao ministro das Finanças, Nicolas Sarkozy, e a reforma da Previdência Social atingiram duramente a popularidade de Chirac, a do premiê Jean-Pierre Raffarin e até a do antes intocável Sarkozy.
Segundo pesquisa publicada anteontem no diário francês "Libération", a popularidade de Chirac caiu quatro pontos percentuais em um mês, chegando a 41%. Ou seja, índice um ponto percentual superior a seu nível mais baixo, registrado em junho.
Raffarin, por sua vez, observou seu índice de popularidade chegar a 29%, o mais baixo dos dois anos de seu governo. Para piorar ainda mais a situação do premiê francês, entre os simpatizantes do centro-direita, a sua maior base de apoio, sua popularidade caiu nove pontos percentuais.
A imagem de Sarkozy também deu sinais de fraqueza, segundo a pesquisa, que ouviu 1.001 adultos franceses entre 16 e 17 de julho e teve margem de erro de um ponto percentual para cima ou para baixo. Assim, 57% dos entrevistados (e 63% dos eleitores do centro-direita) afirmaram que o presidente estava certo quando, em 14 de julho, repreendeu seu desafeto.
No dia da maior festa francesa, a comemoração da queda da Bastilha, Chirac ressaltou que Sarkozy, cuja intenção de candidatar-se à Presidência em 2007 se torna cada vez mais clara, não poderia ser ministro das Finanças e presidente da UMP ao mesmo tempo.
"Chirac e Sarkozy disputam, dentro da UMP, a candidatura à Presidência da França em 2007. O primeiro é hoje presidente da República, o que lhe dá muita força no partido. Todavia o segundo era, até pouco tempo atrás, o ministro mais popular do gabinete de Raffarin e pretende chegar à presidência da UMP no final do ano", explicou à Folha Dominique Reynié, do Instituto de Estudos Políticos de Paris.
"Dois aspectos são importantes nessa última pesquisa. Primeiro, as disputas internas na UMP e o modo como a reforma da Previdência vem sendo conduzida são bastante impopulares. Segundo, Sarkozy já não é mais tão querido. Isso mesmo entre os simpatizantes da direita", acrescentou.
Embora tenha salientado que a eleição presidencial ainda está muito longe para que as tendências de hoje possam ter algum efeito sobre ela, Reynié afirmou ainda que, no mínimo, a situação atual dá alento à esquerda. Esta, "até meses atrás, estava totalmente sem rumo", segundo ele.


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