São Paulo, quinta-feira, 22 de julho de 2004

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IRAQUE SOB TUTELA

Grupo exige retirada da empresa que emprega os reféns e de outros civis indianos, quenianos e egípcios

Terroristas seqüestram mais 6 estrangeiros

DA REDAÇÃO

Um grupo terrorista anunciou ontem a captura de seis civis estrangeiros no Iraque, um dia depois de chegar ao fim o seqüestro de um filipino que culminou na retirada da tropa de 51 soldados de Manila do país. O grupo ameaçou decapitar um refém a cada 72 horas, a partir das 20h de ontem (hora local), caso a empresa para a qual eles trabalham, do Kuait, não deixe o Iraque.
"Anunciamos que capturamos dois quenianos, três indianos e um egípcio. Exortamos sua companhia a sair e a fechar seus escritórios no Iraque", diz um dos homens armados e mascarados que aparecem no vídeo divulgado pelo canal Al Arabiya, de Dubai.
O grupo, auto-intitulado "Cavaleiros Negros", exige também que Índia, Quênia e Egito retirem todos os seus cidadãos do Iraque -nenhum dos três enviou militares para participar da força multinacional liderada pelos EUA, mas todos têm civis trabalhando na reconstrução.
Diplomatas egípcios confirmaram o seqüestro do caminhoneiro Mohammed Ali. Na segunda-feira, outro caminhoneiro egípcio foi solto depois que a empresa saudita para a qual ele trabalha concordou em deixar o Iraque.
Um dia após sua libertação, o caminhoneiro Angelo de la Cruz chegou a Abu Dhabi (Emirados Árabes Unidos), onde reencontrou sua mulher, Arsenia, antes de seguir para as Filipinas. Autoridades americanas e iraquianas criticaram a concessão feita aos seqüestradores pelo governo filipino, argumentando que ela estimularia novos seqüestros.
"A decisão do governo filipino só aumentou o perigo para os demais", disse o premiê polonês, Marek Belka.
A Polônia e a Bulgária, membros da coalizão liderada pelos EUA, foram citadas como alvos de ataques futuros em um comunicado divulgado na internet por um grupo chamado Tawhid. Mas tanto Varsóvia, que tem 2.400 militares no Iraque, quanto Sófia, que tem 480, reiteraram que manterão suas forças do Iraque.
Em outros incidentes no país, quatro pessoas morreram quando um carro-bomba explodiu em um bairro residencial de Bagdá. Não ficou claro qual era o alvo do ataque. Outros dois iraquianos foram mortos em um ataque insurgente com foguetes na capital.
Em Ramadi, a oeste de Bagdá, confrontos entre soldados americanos e insurgentes resultaram na morte de pelo menos cinco iraquianos, segundo funcionários de hospitais locais, e em Duluiya (norte), um soldado dos EUA morreu quando uma bomba improvisada atingiu o veículo em que ele estava. É a quinta baixa dos EUA em menos de 48 horas e, segundo a contagem da agência Associated Press, a 900ª desde o início da guerra, em março de 2003. Outras agências, no entanto, registram um número menor.

Reunião de segurança
Os países vizinhos do Iraque anunciaram que promoverão uma reunião de representantes governamentais para trocar informações e discutir questões de segurança e inteligência, sobretudo a infiltração de insurgentes pelas fronteiras iraquianas. O encontro ocorrerá em Teerã, mas a data ainda não foi escolhida.


Com agências internacionais

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