São Paulo, Quinta-feira, 22 de Julho de 1999
Texto Anterior | Índice

Brasil reitera apoio a "uma só China"

da Sucursal de Brasília

O governo brasileiro acha que as recentes declarações de dirigentes de Taiwan sobre a natureza das negociações entre aquela ilha e a China introduziram "um elemento negativo" no processo.
O porta-voz do Itamaraty, Marcos Galvão, disse que, ao estabelecer relações diplomáticas com o governo de Pequim em 1974, o Brasil endossou "o princípio de uma só China" e reconheceu a República Popular da China como seu único governo legal.
Segundo Galvão, as afirmações de Lee Teng-hui, presidente de Taiwan, e outras autoridades da ilha parecem indicar que sua linha política em relação a Pequim pode estar sendo alterada.
"Eles dão a entender que, para Taiwan, não haveria mais necessidade de seguir o princípio de uma só China", afirmou Galvão.
A consequência dessa afirmação seria que poderiam coexistir "uma China e uma Taiwan ou duas Chinas", disse ele.
O governo brasileiro afirma estar acompanhando "com atenção" o desenrolar dos acontecimentos, uma vez que julga ser do interesse "de todas as partes" a manutenção da paz e da estabilidade naquela região.
Galvão também declarou que o Brasil está "convicto de que o encaminhamento da questão de Taiwan é da alçada exclusiva do povo chinês".
Quando reconheceu o governo de Pequim como o único da China, o Brasil também aceitou sua reivindicação de que Taiwan é parte inalienável de seu território.
O país vinha apoiando o processo de aproximação entre os governos de Taiwan e da China que parecia estar conduzindo a alguma fórmula de reintegração do território da ilha à China. A China ameaça invadir Taiwan caso a ilha declare independência em relação a Pequim. (CELS)


Texto Anterior: Justiça: Uso de celular em avião causa prisão
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.