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São Paulo, sexta-feira, 22 de agosto de 2003

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IRAQUE OCUPADO

Washington quer resolução da ONU para obter mais soldados de outros países, mas não abre mão do comando

EUA fazem pressão por apoio no Iraque

ROBERTO DIAS
DE NOVA YORK

Os EUA retomaram ontem a pressão na ONU para que outros países contribuam com tropas para a operação no Iraque.
Ao mesmo tempo, porém, o secretário de Estado americano, Colin Powell, novamente indicou que EUA e Reino Unido não estão dispostos a negociar a divisão do poder na reconstrução.
"Eu acho que qualquer um que faça uma contribuição militar, mandando seus jovens para o perigo, quer que eles estejam sob liderança militar competente, do tipo que está sendo providenciada pela coalizão ", disse Powell após se reunir com o secretário-geral da ONU, Kofi Annan.
O plano americano é conseguir aprovar, no Conselho de Segurança, uma nova resolução sobre o Iraque. Um dos objetivos é conseguir o apoio de países que podem fazer grandes contribuições militares, como França, Alemanha e Índia, e também obter soldados de vizinhos do Iraque.

"Nova linguagem"
Segundo Powell, há hoje cerca de 30 países contribuindo com 22 mil militares às tropas da coalizão. "Talvez uma nova linguagem possa encorajar outros países", afirmou ele.
Mas a tarefa não será fácil. O mundo árabe tem criticado o Conselho de Governo criado pela administração anglo-americana e pela ONU. Outros países, como a França, continuam descontentes por não ter autoridade no país.
"Dividir os sacrifícios e as responsabilidades num mundo de nações iguais e soberanas também significa dividir informação e autoridade", disse o representante francês na reunião de ontem do Conselho, Michel Duclos.
O debate inclui também discussões sobre aumentar o papel da ONU -algo que, dentro da coalizão que administra o Iraque, é apoiado pelo Reino Unido, mas não anima tanto os EUA.

Obrigações da coalizão
Nesse aspecto, Annan, embora aceite ampliar o papel da entidade no Iraque, tem deixado claro que vai assumir tarefas de segurança, que considera obrigação de uma força multinacional.
A ONU acredita que chegue a 22 o total de mortos no atentado terrorista de terça a seu escritório em Bagdá. Já foram encontrados 20 corpos, e 18 deles identificados -15 são de funcionários da entidade, 10 deles estrangeiros. Além dos 20 corpos já encontrados, há dois funcionários da ONU que estão desaparecidos -a entidade acredita que tenham morrido.


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