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IRAQUE OCUPADO
Washington quer resolução da ONU para obter mais soldados de outros países, mas não abre mão do comando
EUA fazem pressão por apoio no Iraque
ROBERTO DIAS
DE NOVA YORK
Os EUA retomaram ontem a
pressão na ONU para que outros
países contribuam com tropas
para a operação no Iraque.
Ao mesmo tempo, porém, o secretário de Estado americano, Colin Powell, novamente indicou
que EUA e Reino Unido não estão
dispostos a negociar a divisão do
poder na reconstrução.
"Eu acho que qualquer um que
faça uma contribuição militar,
mandando seus jovens para o perigo, quer que eles estejam sob liderança militar competente, do
tipo que está sendo providenciada pela coalizão ", disse Powell
após se reunir com o secretário-geral da ONU, Kofi Annan.
O plano americano é conseguir
aprovar, no Conselho de Segurança, uma nova resolução sobre
o Iraque. Um dos objetivos é conseguir o apoio de países que podem fazer grandes contribuições
militares, como França, Alemanha e Índia, e também obter soldados de vizinhos do Iraque.
"Nova linguagem"
Segundo Powell, há hoje cerca
de 30 países contribuindo com 22
mil militares às tropas da coalizão. "Talvez uma nova linguagem
possa encorajar outros países",
afirmou ele.
Mas a tarefa não será fácil. O
mundo árabe tem criticado o
Conselho de Governo criado pela
administração anglo-americana e
pela ONU. Outros países, como a
França, continuam descontentes
por não ter autoridade no país.
"Dividir os sacrifícios e as responsabilidades num mundo de
nações iguais e soberanas também significa dividir informação
e autoridade", disse o representante francês na reunião de ontem
do Conselho, Michel Duclos.
O debate inclui também discussões sobre aumentar o papel da
ONU -algo que, dentro da coalizão que administra o Iraque, é
apoiado pelo Reino Unido, mas
não anima tanto os EUA.
Obrigações da coalizão
Nesse aspecto, Annan, embora
aceite ampliar o papel da entidade
no Iraque, tem deixado claro que
vai assumir tarefas de segurança,
que considera obrigação de uma
força multinacional.
A ONU acredita que chegue a 22
o total de mortos no atentado terrorista de terça a seu escritório em
Bagdá. Já foram encontrados 20
corpos, e 18 deles identificados
-15 são de funcionários da entidade, 10 deles estrangeiros. Além
dos 20 corpos já encontrados, há
dois funcionários da ONU que estão desaparecidos -a entidade
acredita que tenham morrido.
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