São Paulo, terça-feira, 22 de agosto de 2006

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Itália aceita liderar missão de paz no Líbano; EUA pedem soldados ao Brasil

DA REDAÇÃO

A Itália se ofereceu para substituir a França na liderança da força multinacional da ONU que será enviada ao sul do Líbano para garantir o cessar-fogo entre Israel e o grupo terrorista Hizbollah. A oferta, feita a pedido do Líbano e de Israel, pode resolver o impasse diante da criação da missão de paz, o principal ponto do acordo que pôs fim a 34 dias de combates. Ontem, em mais uma demonstração da fragilidade da trégua, três membros do Hizbollah foram mortos em confronto com Israel. O Brasil foi sondado pelos Estados Unidos sobre a possibilidade de enviar tropas para a força de paz no Líbano, informaram fontes diplomáticas à Folha. A consulta é considerada "incipiente" pelo Itamaraty e ocorreu após a viagem de Celso Amorim ao Líbano, há uma semana. Em Beirute, o chanceler brasileiro disse que o país "não estava considerando essa possibilidade" ao ser questionado se o Brasil participaria da missão da ONU. A proposta italiana foi feita pelo primeiro-ministro do país, Romano Prodi. Segundo ele, uma decisão final será tomada até o fim desta semana. A falta de clareza do mandato da missão levou a França, inicialmente apontada para liderá-la, a expressar dúvidas sobre o envio de soldados. Até agora o país só mandou 200 soldados adicionais, frustrando a expectativa de enviar até 4.000 homens. A Itália prometeu contribuir com tropas se outros países europeus fizerem o mesmo e se as regras da missão forem esclarecidas. O governo libanês elogiou a oferta italiana de contribuir com 3.000 soldados, a maior feita até agora por qualquer país. Israel já havia manifestado apoio a uma força liderada pela Itália. De acordo com a resolução 1.701 do Conselho de Segurança da ONU, que estabelece a trégua, a missão será composta por 15 mil homens do Exército libanês e o mesmo número de capacetes azuis. Enquanto a força da ONU não chega, os confrontos, ainda que em pequena escala, continuam. Segundo o Exército israelense, os três guerrilheiros do Hizbollah mortos ontem se aproximaram "de forma ameaçadora" da fronteira. No sábado Israel fez uma incursão no nordeste do Líbano, numa ação classificada pela ONU como a primeira violação da trégua. O embaixador americano na ONU, John Bolton, disse ontem que a força multinacional pode ser enviada, mas que uma segunda resolução da ONU deve ser aprovada para exigir o desarmamento do Hizbollah. Centenas de reservistas recém-chegados do Líbano protestaram ontem em Jerusalém contra a forma com que o governo de Israel conduziu a ofensiva contra o Hizbollah. Eles exigiram a demissão do premiê Ehud Olmert e a criação de uma comissão independente de investigação.


Colaborou FABIANO MAISONNAVE , da Reportagem Local

Com agências internacionais


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