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São Paulo, segunda-feira, 22 de setembro de 2003

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Ataques matam 3 soldados americanos e ferem 13

DA REDAÇÃO

Dois ataques no Iraque, em Bagdá e Ramadi, deixaram três soldados americanos mortos. As ações, anteontem à noite, aconteceram no mesmo dia em que houve, também em Bagdá, uma tentativa de matar uma integrante do Conselho de Governo Iraquiano, que ficou gravemente ferida.
Duas bombas foram lançadas com morteiro contra a prisão de Abu Ghraib, em Bagdá. A guarda do presídio é feita pelos EUA. Segundo uma porta-voz das forças americanas, esse ataque matou dois soldados e deixou 13 feridos.
A porta-voz afirmou que os detentos não se feriram. Em 17 de agosto, uma ação contra a prisão já havia deixado seis iraquianos mortos e 59 pessoas feridas.
O presídio de Abu Ghraib, um dos maiores do Iraque, abriga criminosos comuns e suspeitos de ataques de guerrilha contra as forças de ocupação do país.
Também anteontem à noite, na região de Ramadi (a oeste de Bagdá), um soldado do 3º Regimento de Cavalaria Armada morreu depois de um ataque com uma bomba contra seu veículo.
Já chega a 79 o número de soldados americanos mortos em ações hostis desde que os EUA declararam o fim dos principais combates no Iraque, em 1º de maio.
O crescente número de mortos aumenta a pressão sobre Bush nos EUA, ao mesmo tempo em que ele trabalha por uma resolução da ONU que estimule mais países a colaborarem com tropas para o pós-guerra no Iraque.
Para aceitar ajudar, a França, que se posicionou contra a invasão anglo-americana do Iraque, quer que que os EUA se apressem em transferir o poder aos iraquianos. O governo americano acredita que uma transferência rápida pioraria a situação iraquiana.
Os incidentes de anteontem deixaram em segundo plano o início do esforço da administração interina do Iraque em atrair investimentos estrangeiros para o país.
O ministro das Finanças iraquiano, Kamel al-Keylani, anunciou em Dubai (Emirados Árabes Unidos), onde ocorre a reunião anual do FMI e do Banco Mundial, medidas econômicas, que incluem a permissão de participação estrangeira em todos os setores, exceto nas reservas petrolíferas, a segunda maior do mundo.
"As reformas ajudarão significativamente no esforço para se ter uma economia livre e aberta, promover o crescimento e apressar a volta do Iraque ao mercado internacional", afirmou o ministro.
A violência que se espalha pelo Iraque, porém, pode desestimular a chegada de investimentos.
Os EUA culpam principalmente combatentes leais ao ex-ditador Saddam Hussein pelos ataques aos soldados, que chegam a mais de dez por dia. Alguns iraquianos argumentam que a resistência é motivada por militantes islâmicos que lutam contra a ocupação.
Os ataques também são contra iraquianos que estão cooperando com as forças de ocupação, como aconteceu com Aquila Al Hashimi, a integrante do Conselho de Governo Iraquiano que foi alvejada por um atirador anteontem.

Oferta de Saddam
Os EUA negaram ontem que Saddam tenha oferecido dinheiro e informações sobre armas de destruição em massa para conseguir chegar com segurança a Belarus, uma ex-república soviética.
A informação foi publicada pelo jornal britânico "The Sunday Mirror". Segundo o semanário, um representante do ditador teria procurado as forças americanas em Tikrit, a cidade-natal de Saddam, e entregado uma carta que propunha negociações. O porta-voz das tropas dos EUA em Tikrit negou que isso tenha ocorrido.

Críticas de Blix
O sueco Hans Blix, ex-chefe dos inspetores de armas da ONU, disse, em entrevista a um jornal grego, que os EUA mostraram "honestidade questionável" na justificativa da Guerra do Iraque. "Não havia sinal de ameaça imediata", afirmou. "Acho que nada vai ser encontrado para justificar a invasão", completou, em referência às armas de destruição em massa.


Com agências internacionais

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