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Senado dos EUA barra lei pró-gays militares
Projeto permite homossexualidade clara nas Forças Armadas dos EUA
Senadores bloqueiam mudanças defendidas por Obama; Casa Branca pode tentar novamente aprovação após eleições
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
O Senado dos EUA barrou
ontem a medida patrocinada
pelo governo Barack Obama
que revogaria a controversa
política que permite a gays
fazerem parte das Forças Armadas somente se não revelarem sua orientação sexual.
Os governistas precisavam
de 60 dos 100 votos da Casa
para passar lei que abriria caminho à alteração da política
"Don't ask, don't tell" ("Não
pergunte, não diga"), mas
obtiveram apenas 56. Opuseram-se à lei 43 senadores.
A sessão foi a última chance do governo de aprovar o
texto antes das eleições legislativas de novembro, quando
a oposição deverá reaver assentos democratas tanto no
Senado quanto na Câmara.
Líderes democratas -partido de Obama- podem, no
entanto, tentar aprovar a lei
após o pleito, mas antes da
posse dos novos congressistas, quando o clima político
menos polarizado pode favorecer as dissidências no opositor Partido Republicano.
O texto, embutido em projeto que eleva o repasse de recursos para a pasta da Defesa, já havia sido aprovado na
Câmara dos Representantes.
A revogação da política do
"Don't ask, don't tell", datada
de 1993 -sob o governo Bill
Clinton (1993-2001)-, foi defendida por Obama durante a
campanha à Casa Branca.
"Nós estamos desapontados por não termos sido capazes de avançar a legislação, mas seguiremos tentando", afirmou o porta-voz da
Presidência, Robert Gibbs.
O fim da política foi defendido em fevereiro pelo secretário da Defesa, Robert Gates,
e pelo chefe do Estado-Maior
Conjunto, Mike Mullen. Mas
encontra oposição de parte
da cúpula militar americana.
O senador republicano
John McCain, rival de Obama
na corrida à Casa Branca, defendeu que a medida não seja revista até a conclusão de
relatório do Pentágono, previsto para o fim deste ano, sobre as suas possíveis consequências entre os militares.
Críticos alegam que a presença de soldados abertamente gays nas Forças Armadas poderá afetar a "moral"
das tropas e desviar o foco
das ações no Afeganistão.
Em março, o Departamento da Defesa já aprovara novas regras para dificultar a
dispensa de militares gays.
Mesmo assim, defensores
dos direitos homossexuais
-em grande parte partidários de Obama- criticam a
Casa Branca pela morosidade na alteração na política.
Desde 1993, ao menos 13
mil militares foram dispensados do Exército, o que, em tese, só pode ocorrer após autodeclaração. Mas críticos dizem que o "Don't ask, don't
tell" é usado para perseguir
desafetos na corporação.
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