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Dez pesquisas dão vitória a Cristina
Com entre 45% e 54% dos votos válidos, a primeira-dama seria eleita presidente já no primeiro turno
RODRIGO RÖTZSCH
DE BUENOS AIRES
A uma semana das eleições
argentinas, todas as pesquisas
de opinião são unânimes em
apontar que a primeira-dama
Cristina Fernández de Kirchner deve confirmar seu favoritismo e se eleger já no primeiro
turno para suceder seu marido,
Néstor Kirchner.
Dez levantamentos divulgados pelos principais jornais argentinos ontem mostram Cristina numa folgada liderança.
Ela tem entre 45% (na pesquisa
do Opinión Autenticada) e 54%
dos votos válidos (segundo o levantamento do consultor Hugo
Haime). Na Argentina, um candidato é eleito no primeiro turno se supera 45% ou então se
obtém mais de 40% e está mais
de dez pontos à frente do segundo colocado.
As pesquisas apontam que a
segunda colocada, e eventual
rival da primeira-dama em um
improvável segundo turno, será a ex-deputada Elisa Carrió.
Ela aparece nessa posição em
todos os levantamentos, oscilando entre 18% e 22% dos votos válidos. É seguida pelo ex-ministro da Economia Roberto
Lavagna (12% a 19%) e pelo governador de San Luís, Alberto
Rodríguez Saá (6% a 11%).
Todas as pesquisas foram
realizadas antes do assassinato,
na sexta-feira, de três policiais
na Província de Buenos Aires.
O próprio Kirchner trouxe o tema para a campanha ao dizer
que "não era coincidência" que
as mortes ocorressem a poucos
dias das eleições e que elas poderiam ser uma represália à política de direitos humanos do
seu governo, que impulsiona
julgamentos contra repressores da última ditadura militar.
Depois da reação inicial, porém, o governo mudou sua estratégia. O chefe-de-gabinete
de Kirchner, Alberto Fernández, espécie de porta-voz não-oficial do presidente, afirmou
que não se deve transformar
"um ato criminoso em um fato
de campanha".
Em sua estratégia final, a
oposição deve fazer justamente
o contrário: insistir no tema, já
que o instituto Poliarquia
aponta que a insegurança é a
principal preocupação de 39%
dos argentinos -mesmo antes
da morte dos policiais.
Outro foco de atuação da
oposição deve ser atrair os indecisos: as pesquisas indicam
que, a uma semana da eleição,
eles ainda são pelo menos 8%
dos eleitores. Os atos dos últimos dias de campanha devem
se concentrar na Província de
Buenos Aires, maior distrito
eleitoral do país.
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