São Paulo, segunda-feira, 22 de outubro de 2007

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Dez pesquisas dão vitória a Cristina

Com entre 45% e 54% dos votos válidos, a primeira-dama seria eleita presidente já no primeiro turno

RODRIGO RÖTZSCH
DE BUENOS AIRES

A uma semana das eleições argentinas, todas as pesquisas de opinião são unânimes em apontar que a primeira-dama Cristina Fernández de Kirchner deve confirmar seu favoritismo e se eleger já no primeiro turno para suceder seu marido, Néstor Kirchner.
Dez levantamentos divulgados pelos principais jornais argentinos ontem mostram Cristina numa folgada liderança. Ela tem entre 45% (na pesquisa do Opinión Autenticada) e 54% dos votos válidos (segundo o levantamento do consultor Hugo Haime). Na Argentina, um candidato é eleito no primeiro turno se supera 45% ou então se obtém mais de 40% e está mais de dez pontos à frente do segundo colocado.
As pesquisas apontam que a segunda colocada, e eventual rival da primeira-dama em um improvável segundo turno, será a ex-deputada Elisa Carrió. Ela aparece nessa posição em todos os levantamentos, oscilando entre 18% e 22% dos votos válidos. É seguida pelo ex-ministro da Economia Roberto Lavagna (12% a 19%) e pelo governador de San Luís, Alberto Rodríguez Saá (6% a 11%).
Todas as pesquisas foram realizadas antes do assassinato, na sexta-feira, de três policiais na Província de Buenos Aires. O próprio Kirchner trouxe o tema para a campanha ao dizer que "não era coincidência" que as mortes ocorressem a poucos dias das eleições e que elas poderiam ser uma represália à política de direitos humanos do seu governo, que impulsiona julgamentos contra repressores da última ditadura militar.
Depois da reação inicial, porém, o governo mudou sua estratégia. O chefe-de-gabinete de Kirchner, Alberto Fernández, espécie de porta-voz não-oficial do presidente, afirmou que não se deve transformar "um ato criminoso em um fato de campanha".
Em sua estratégia final, a oposição deve fazer justamente o contrário: insistir no tema, já que o instituto Poliarquia aponta que a insegurança é a principal preocupação de 39% dos argentinos -mesmo antes da morte dos policiais.
Outro foco de atuação da oposição deve ser atrair os indecisos: as pesquisas indicam que, a uma semana da eleição, eles ainda são pelo menos 8% dos eleitores. Os atos dos últimos dias de campanha devem se concentrar na Província de Buenos Aires, maior distrito eleitoral do país.

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