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Pleito nos EUA terá gasto recorde com TV
Consultoria americana estima que despesa de políticos com campanha na televisão pode chegar a US$ 3 bi até 2008
Estados em que as primárias
já estão próximas sofrem
"bombardeio" de comerciais;
Mitt Romney e Obama são
recordistas em inserções
DENYSE GODOY
DE NOVA YORK
A campanha presidencial de
2008 nos EUA deve bater todos
os recordes de propaganda na
televisão, segundo estudo da
consultoria de publicidade
TNS Media Intelligence.
Os gastos com anúncios políticos na telinha podem ultrapassar os US$ 3 bilhões, pelas
contas da empresa, o que seria
o maior valor da história. "A cifra reflete os montantes arrecadados pelos candidatos, também inéditos", explicou à Folha Anthony Corrado, professor de política do Colby College, do Maine. "Esse tipo de publicidade é a preferida porque é
a mais eficiente em um país do
tamanho dos EUA."
Arma dos pequenos
Além dos comerciais que têm
os políticos como estrelas e são
bancados por seus comitês, no
montante estimado pela consultoria estão os patrocinados
por organizações que falam de
temas de seu interesse, como
um chamamento para o posicionamento dos candidatos. Os
Eleitores da Aliança pela Conservação [Ambiental], por
exemplo, buscam identificar
um candidato "verde". Já o grupo de mobilização política MoveOn veicula anúncios questionando a Guerra do Iraque.
Até o momento, os comerciais são a arma mais utilizada
pelos candidatos que não figuram entre os favoritos, os quais
desejam conquistar apoio para
vencer as prévias de seus partidos e assim poder de fato concorrer a presidente.
"Eles querem que seu nome e
suas idéias sejam conhecidas
do público e se esforçam em
mostrar que são diferentes",
comentou Corrado. Por isso, os
espectadores dos Estados de
Iowa e New Hampshire, onde
logo no começo do próximo
ano ocorrem as mais importantes disputas iniciais, são os que
mais têm sido bombardeados
com a propaganda.
Gastos X votos
Mitt Romney, ex-governador
de Massachusetts, aparece na
última pesquisa de intenção de
voto realizada pela rede CNN
em quarto lugar entre os republicanos, com 13% da preferência, e é o campeão de dispêndios com anúncios televisivos,
tendo pagado US$ 8,674 milhões em 2007 por 11.463 inserções, de acordo com a TNS Media Intelligence. No extremo
oposto, aparece Rudy Giuliani,
ex-prefeito de Nova York, que
lidera entre os republicanos
com 27% das intenções de voto
e ainda não desembolsou nada
com comerciais na TV -a sua
estratégia é anunciar no rádio,
na internet e em jornais.
Entre os democratas, quem
mais gastou com publicidade
na TV foi Barack Obama: US$
2,477 milhões por 4.211 inserções. Do seu segundo lugar nas
pesquisas, ele vê a líder Hillary
Clinton cada vez mais longe -a
ex-primeira-dama tem 51% da
preferência, contra 21% dele, e
pagou US$ 1,445 milhão por
2.387 anúncios.
Quando estiverem definidos
os representantes dos dois
grandes partidos que vão concorrer à Presidência, mais Estados assistirão aos comerciais.
"Então, o maior número de inserções se dará naqueles lugares onde a competição entre o
democrata e o republicano estiver apertada", disse Corrado.
"Nova York poderá esperar ver
um monte de anúncios no caso
de ser a Hillary [senadora pelo
Estado] e o Giuliani. Na eleição
anterior, como estava claro que
a Califórnia era democrata,
nem passaram propaganda na
TV lá", disse Corrado.
Para o professor, deveria haver algum tipo de regulação a
respeito -como o horário obrigatório que existe no Brasil. O
sistema americano atual favorece os candidatos que têm
mais dinheiro em caixa.
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