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Em eleição polêmica, sigla contra imigrantes se fortalece na Suíça
Nacionalistas ganham sete cadeiras e ampliam sua maioria no Parlamento
MARCELO NINIO
DE GENEBRA
Uma das campanhas políticas mais polarizadas de que se
tem notícia na Suíça terminou
ontem com o fortalecimento
dos nacionalistas do Partido do
Povo Suíço (SVP), que causaram polêmica ao defender políticas para os imigrantes consideradas racistas.
Segundo projeções, o SVP
obteve 28,8% dos votos (2,3% a
mais que em 2003) e deve aumentar seu poder no Parlamento, onde já tem a maior
bancada, passando de 55 para
62 cadeiras, de um total de 246.
O grande perdedor das eleições de ontem foi o Partido Social Democrata, que deve cair
de 52 para 43 cadeiras, mantendo-se, contudo, como a segunda força política. Apesar de
seu enfraquecimento, o equilíbrio entre direita e esquerda
deve ser mantido devido ao
bom desempenho dos Verdes,
que devem aumentar sua bancada de 13 para 19.
Por trás da aparente manutenção do status quo, a eleição
levou a ONU a manifestar preocupação com os rumos da política suíça em direção à xenofobia e ao isolacionismo.
Tudo por causa da agressiva
campanha conduzida pelo SVP,
partido de direita comandado
pelo ministro da Justiça, o polêmico bilionário Christoph
Blocher, defensor do endurecimento das leis antiimigração e
um dos líderes do movimento
que derrotou a adesão da Suíça
à União Européia.
O SVP argumenta que o isolamento do país aumenta a
confiança dos investidores estrangeiros, sobretudo nos bancos. Um cartaz da campanha do
SVP mostrava uma ovelha negra sendo expulsa da bandeira
suíça por outras três, brancas,
sob o lema: "Por mais segurança". Outdoors do SVP em Genebra foram pichados com suásticas e com bigodes de Hitler no
rosto de Blocher.
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