São Paulo, segunda-feira, 22 de outubro de 2007

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Em eleição polêmica, sigla contra imigrantes se fortalece na Suíça

Nacionalistas ganham sete cadeiras e ampliam sua maioria no Parlamento

MARCELO NINIO
DE GENEBRA

Uma das campanhas políticas mais polarizadas de que se tem notícia na Suíça terminou ontem com o fortalecimento dos nacionalistas do Partido do Povo Suíço (SVP), que causaram polêmica ao defender políticas para os imigrantes consideradas racistas.
Segundo projeções, o SVP obteve 28,8% dos votos (2,3% a mais que em 2003) e deve aumentar seu poder no Parlamento, onde já tem a maior bancada, passando de 55 para 62 cadeiras, de um total de 246.
O grande perdedor das eleições de ontem foi o Partido Social Democrata, que deve cair de 52 para 43 cadeiras, mantendo-se, contudo, como a segunda força política. Apesar de seu enfraquecimento, o equilíbrio entre direita e esquerda deve ser mantido devido ao bom desempenho dos Verdes, que devem aumentar sua bancada de 13 para 19.
Por trás da aparente manutenção do status quo, a eleição levou a ONU a manifestar preocupação com os rumos da política suíça em direção à xenofobia e ao isolacionismo.
Tudo por causa da agressiva campanha conduzida pelo SVP, partido de direita comandado pelo ministro da Justiça, o polêmico bilionário Christoph Blocher, defensor do endurecimento das leis antiimigração e um dos líderes do movimento que derrotou a adesão da Suíça à União Européia.
O SVP argumenta que o isolamento do país aumenta a confiança dos investidores estrangeiros, sobretudo nos bancos. Um cartaz da campanha do SVP mostrava uma ovelha negra sendo expulsa da bandeira suíça por outras três, brancas, sob o lema: "Por mais segurança". Outdoors do SVP em Genebra foram pichados com suásticas e com bigodes de Hitler no rosto de Blocher.

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