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Separatistas curdos matam 17 militares turcos na fronteira
Incidente perto do Iraque foi respondido com morte de 32 rebeldes; EUA qualificam ação guerrilheira de "inaceitável"
Turquia pode em tese caçar
rebeldes em solo iraquiano,
mas ministro da Defesa diz
que resposta autorizada por
Parlamento não é imediata
DA REDAÇÃO
Uma emboscada de separatistas curdos matou ontem de
madrugada 17 soldados turcos,
que responderam ao ataque e
mataram 32 rebeldes.
Os incidentes ocorreram em
território da Turquia, próximo
à fronteira com o Iraque, e agora pressionam para que o regime de Ancara faça uma possível
incursão contra bases de treinamento do PKK (Partido dos
Trabalhadores do Curdistão)
em solo iraquiano.
Jornalistas não foram autorizados pelo Exército turco a penetrar na região, localizada na
fronteira da Turquia com o Iraque e com o Irã. Em seu site, o
PKK disse ter capturado oito
soldados turcos.
Em Washington, um porta-voz do presidente George W.
Bush qualificou o ataque de
"inaceitável". O PKK é considerado uma organização terrorista pelos Estados Unidos.
O aquecimento do conflito
ocorre quatro dias depois de o
Parlamento de Ancara autorizar tropas regulares a penetrar
no Iraque para combater os separatistas. Os EUA e o governo
iraquiano intervieram energicamente para que o governo
turco não leve adiante o plano.
O primeiro-ministro turco,
Recep Tayyip Erdogan, convocou para ontem à noite uma
reunião de emergência de lideranças políticas e militares. Em
declarações à TV, o premiê disse que "nossa revolta é imensa"
e, em resposta indireta às objeções americanas e iraquianas,
disse que "nossos pensamentos
não levam em conta o que uns e
outros poderão pensar".
Ataque possível
Em declaração divulgada
após uma reunião de emergência, líderes turcos afirmaram
que o país "não terá medo de
pagar, qualquer seja o preço,
para proteger seus direitos, sua
união e seus cidadãos". A Turquia acredita que o PKK possua
2.800 homens no Iraque e "algumas centenas" no país.
Em Bagdá, o presidente iraquiano e também líder histórico do Curdistão, Jalal Talabani,
lançou um apelo para que os
autonomistas cessem suas
ações contra a Turquia, ameaçou neutralizá-los e os exortou
a deixar o país caso pretendam
criar novos problemas. Também criticou os militares turcos por terem disparado contra
aldeias curdas no Iraque.
Segundo a Reuters, o presidente do Curdistão iraquiano,
Massoud Barzani, afirmou que
não se deixará ser levado pela
guerra entre a Turquia e o PKK.
A CNN diz que os incidentes,
ocorridos pouco depois da
meia-noite, foram desencadeados quando um comboio de 12
veículos turcos atravessava
uma ponte a apenas 7 km da
fronteira iraquiana. De imediato, helicópteros turcos passaram a disparar contra "63 possíveis alvos". Foi quando porta-vozes de Ancara dizem que 32
rebeldes haviam sido mortos.
Outros informantes dizem
que a emboscada ocorreu
quando os militares turcos se
preparavam para atacar a aldeia de Daglica, na Província de
Hakkari, onde o PKK tem fortes simpatizantes.
Em ofensiva diplomática para não permanecer isolada em
caso de desencadear uma operação no Iraque, a Turquia despachou seu ministro do Exterior, Ali Babacan, para a Arábia
Saudita. Por sua vez, o ministro
da Defesa, Vedci Gonul, voou
para a Ucrânia, onde se encontrou com o chefe do Pentágono,
Robert Gates. Gonul disse aos
jornalistas que seu governo
"está planejando atravessar a
fronteira", mas ressalvou que
"não de imediato".
Com 17 cadáveres para prantear, manifestações de protesto
foram organizadas nas principais cidades da Turquia.
Com agências internacionais
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