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Cadernos e merendas se espalham
entre corpos das vítimas de ataque
DA REDAÇÃO
Uma mochila preta, cheia de cadernos cor-de-rosa, está jogada
no meio dos destroços do ônibus
que explodiu em Jerusalém Ocidental. Pertencia a Hodaya Asraf,
uma israelense de 13 anos que estava indo para a escola. Mas não
conseguiu chegar ao destino, vítima do terrorista suicida palestino.
Seu colega Maor Kimche, 15, teve mais sorte. Sempre foi aconselhado a sentar nos fundos do ônibus, por ser mais seguro. Seguindo a dica, saiu apenas ferido. Ele
lembra que seu amigo Shiram ficou estirado no chão. Ainda não
sabe que ele morreu.
Doron, pai de Maor, estava em
um carro, pouco atrás do ônibus.
Desceu desesperado achando que
o filho estivesse morto. Somente
se acalmou quando o encontrou.
Entre os 11 mortos, quatro eram
crianças ou adolescentes. Metade
das dezenas de feridos eram estudantes. Grande parte havia embarcado no ônibus pouco antes
de a explosão acontecer. Testemunhas afirmam ter escutado sobreviventes gritando "mamãe,
mamãe". O material escolar, junto com sanduíches e sucos para a
merenda, ficaram abandonados
ao lado dos corpos.
Pais do bairro de Kiryat Menahem saíram correndo de seus
apartamentos chorando. "Onde
estão meus filhos?", gritavam, enquanto crianças feridas na explosão pediam por suas mães.
Uma avó morreu ao lado de seu
neto de oito anos. Uma mãe morreu com o filho no colo. A explosão espalhou sangue por um raio
de cerca de 30 metros.
"De repente, houve uma grande
explosão. Alguma coisa caiu sobre a minha cabeça e eu caí no
chão. Ao redor de mim havia
muitos corpos. Tinha gente que ia
para o trabalho e muitos estudantes do segundo grau que se dirigiam para a escola", disse Yitzhac
Cohen, um dos passageiros.
Tamar Ravivo se sentou nos
fundos do ônibus. "Nunca imaginei que um atentado pudesse
acontecer perto da minha casa",
disse ela. "Estava apenas lendo
meu livro quando aconteceu a explosão. Vi corpos voando."
"O barulho e a explosão foram
tão altos que pensei que o telhado
da minha casa tivesse saído do lugar", afirmou Ariel Gino, que vive
em frente ao local do ataque.
"Corri para ajudar as vítimas.
Muitas gritavam, outras choravam. Vi cinco ou seis pessoas dentro do ônibus que não se moviam.
Muitas estavam estiradas nas
ruas, com sangues no rosto. Outras também tinham queimaduras", acrescentou Gino.
Com agências internacionais
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