São Paulo, sexta-feira, 22 de novembro de 2002

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GUERRA SEM LIMITES

Saudita seria ligado a Bin Laden e teria planejado ataques contra navio no Iêmen e embaixadas na África

EUA anunciam prisão de líder da Al Qaeda

DA REDAÇÃO

Os EUA anunciaram ontem que prenderam Abd al Rahim al Nashiri, acusado de ter fortes vínculos com o líder da Al Qaeda, Osama bin Laden, e de ter participado diretamente do atentado ao destróier americano USS Cole, em 2000, num porto do Iêmen.
As autoridades americanas também acreditam que ele tenha ajudado a treinar os terroristas envolvidos nas explosões das embaixadas americanas no Quênia e na Tanzânia, em 1998.
"Ele é um alto planejador operacional da Al Qaeda para a península Arábica e foi capturado nas últimas semanas", disse um funcionário do Pentágono. "Ele está sob custódia americana em um local não-identificado", disse.
Não foram dados detalhes de quando, como e onde o acusado foi capturado. Segundo funcionários americanos, ele foi preso há algumas semanas e somente agora foi identificado.
Al Nashiri, nascido em Meca, na Arábia Saudita, estava entre os dez principais líderes da Al Qaeda mais procurados pelas autoridades americanas.
Bin Laden, o líder da Al Qaeda, que admitiu em vídeo ter sido o responsável pelos atentados de 11 de setembro do ano passado contra os EUA, permanece em local desconhecido.
Na semana passada, os EUA confirmaram que é dele a voz de uma fita divulgada pela TV Al Jazeera, na qual ele comenta atentados recentes, o que indica que ainda está vivo.
Um semanário iemenita noticiou ontem a prisão de três "perigosos" membros da Al Qaeda pelas autoridades do país nos últimos dias.
Segundo um funcionário não identificado, os três estariam entre os mais perigosos membros da rede terrorista no país.
O Iêmen já prendeu dezenas de supostos terroristas ligados a Bin Laden desde os atentados de 11 de setembro. No início de novembro, um míssil disparado por um avião não-tripulado americano matou seis supostos membros da Al Qaeda que viajavam em um jipe no norte do Iêmen.

Ataques a americanos
Uma onda de ataques a alvos americanos foi registrada no Oriente Médio nos últimos dias. Uma missionária americana morreu no Líbano, dois soldados dos EUA foram feridos no Kuait, e uma loja da cadeia de fast food McDonald's foi destruída na Arábia Saudita.
Os últimos ataques, que acontecem após uma série de atentados contra alvos americanos em Kuait, Bahrein, Líbano, Iêmen e Jordânia, ocorrem em um contexto de ressentimento contra a política americana para a região, considerada excessivamente pró-Israel e hostil aos árabes e aos muçulmanos.
No Kuait, um suboficial da polícia local disparou contra dois soldados americanos, que ficaram gravemente feridos. O policial fugiu para a Arábia Saudita. Esse foi o quinto ataque antiamericano no Kuait em duas semanas -em um deles, um marine foi morto.
Anteontem, uma lanchonete da cadeia americana McDonald's foi incendiada por um homem em Jarj, no sudeste da Arábia Saudita. O homem conseguiu fugir.
Os ataques ocorreram no momento em que os EUA se preparam para uma possível ofensiva contra o Iraque, acusado de desenvolver armas de destruição em massa.
O Kuait e a Arábia Saudita são dois dos aliados mais próximos dos EUA na região desde a Guerra do Golfo (1991), mesmo após as críticas feitas aos árabes por americanos, descontentes com a participação saudita na luta contra o terrorismo.


Com agências internacionais


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