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São Paulo, sábado, 22 de novembro de 2003

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IRAQUE OCUPADO

Foguetes lançados de veículos puxados por burros atingem prédios; em atentado com granada, 4 morrem

Rebeldes atacam com carroças em Bagdá

DA REDAÇÃO

Pelo menos quatro pessoas morreram e 20 ficaram feridas com a explosão de uma granada, ontem, em Bagdá. Em outros dois incidentes na cidade, foguetes foram lançados contra a sede do Ministério do Petróleo e dois hotéis. As explosões, que não deixaram mortos, revelaram uma nova estratégia da insurgência: os foguetes foram lançados de carroças puxadas por burros.
A granada foi jogada em um mercado no sul de Bagdá, onde havia várias barracas de vendedores de bebidas alcoólicas. Os comerciantes haviam recebido várias ameaças e ordens para fechar seus negócios durante o Ramadã (mês sagrado islâmico). Entre as vítimas encontra-se um menino de 11 anos.

Carroças
Os ataques ao Ministério do Petróleo e aos hotéis aconteceram pela manhã. Carroças puxadas por burros levavam, escondidos embaixo de verduras, lançadores que comportam até 30 foguetes russos Katyusha. Temporizadores instalados nas carroças acionaram os sistemas. Uma das carroças trazia a inscrição "meu coração está com você, querida".
Pelo menos oito foguetes foram disparados contra o ministério -somente dois explodiram, sem provocar grandes danos. No Palestine pelo menos cinco buracos podiam ser vistos nas paredes. No Sheraton, apenas um. Um empreiteiro civil norte-americano, que estava no Palestine, ficou gravemente ferido.
Após os ataques, patrulhas passaram a circular pelas ruas da cidade revistando todas as carroças e encontraram mais duas prontas para serem detonadas -uma delas estava a 30 metros da embaixada italiana e, em lugar de trazer foguetes, tinha um tanque com propano amarrado ao burro.
Apesar de descritos pelos americanos como "militarmente insignificantes", os ataques expõem falhas no serviço de inteligência. "Um inimigo bastante esperto, que sabe que não temos o melhor serviço de inteligência do mundo vai encontrar algumas frestas, atingir alguns pontos vulneráveis. Mas nossa inteligência está melhorando a cada dia", afirmou o general Mark Kimmitt, vice-diretor de operações.

Mais baixas
Anteontem, mais dois soldados americanos morreram. Um integrante da 82ª Divisão Aerotransportada foi morto e dois ficaram feridos quando uma bomba explodiu no momento em que um comboio passava por uma estrada próxima a Ramadi.
O outro soldado morto, da 4ª Divisão de Infantaria, estava dentro de um carro que passou por cima de uma armadilha, próximo a Baqouba. Já são 181 soldados mortos em ações hostis desde que Washington anunciou o fim dos principais combates, em 1º de maio.
Em sessão no Conselho de Segurança da ONU, França, Alemanha e Rússia pediram aos Estados Unidos e ao Reino Unido que incluíssem as Nações Unidas em todas as etapas da transição rumo a um governo iraquiano. Os três países também pediram que a coalizão anglo-americana organizasse uma conferência entre líderes iraquianos e países-chave da região.


Com agências internacionais


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