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IRAQUE OCUPADO
Segundo chefe do Estado-Maior dos EUA, documentos achados com ex-ditador permitiram pegar insurgentes
Prisão de Saddam levou à captura de "centenas", diz Myers
DA REDAÇÃO
A prisão do ex-ditador iraquiano Saddam Hussein, no último
dia 13, permitiu a captura de "várias centenas de iraquianos", incluindo a de líderes da insurgência, disse o chefe do Estado-Maior
americano, Richard Myers.
No entanto, em entrevista ao
programa "Fox News Sunday", da
rede americana de TV Fox News,
o general afirmou que as informações não vieram do ex-ditador,
mas de documentos encontrados
com ele que deram aos EUA uma
idéia mais clara sobre o funcionamento das células de insurgentes.
"Colocamos nossos melhores
interrogadores para trabalhar
com ele. Tudo que sei é que ele
não está cooperando", disse o general. A CIA (serviço secreto dos
EUA) está conduzindo as sessões.
Myers, que na semana passada
fez uma visita-surpresa às tropas
no Iraque, disse não ter um número preciso porque "as detenções continuam ocorrendo". Mas
no programa "Face the Nation",
da TV CBS, o general afirmou que
seria de "mais de 200 pessoas".
A captura do ex-ditador deu novo fôlego às operações contra a insurgência, que já vinham sendo
mais intensas nas últimas semanas e tiveram sucesso em reduzir
os ataques contra soldados dos
EUA, que só no pós-guerra causaram 200 baixas. O foco é o Triângulo Sunita, região a norte e a oeste de Bagdá que inclui cidades como Fallujah, Tikrit e Samarra,
bastiões do regime deposto.
Por outro lado, ataques contra
alvos iraquianos se tornaram
mais comuns. Segundo Myers, na
semana passada foi descoberto
um plano dos insurgentes para
sequestrar membros do Conselho
de Governo Iraquiano e oferecê-los em troca de Saddam. Ele não
deu detalhes, dizendo apenas que
o fato "não era uma surpresa".
O comando americano acredita
que a violência seguirá, e o general
reiterou que cerca de 100 mil soldados dos EUA devem ficar no
país por ao menos dois anos
-hoje há 130 mil.
Anteontem, os insurgentes explodiram um oleoduto no norte
do país e ontem incendiaram tanques de um depósito de gasolina
em Bagdá, destruindo cerca de 10
milhões de litros do produto.
No escopo político, o presidente
do conselho iraquiano, Abdul
Aziz al Hakim, afirmou, durante
visita à Síria e após conversar com
o ditador Bashar al Assad, que o
país vizinho está ajudando a impedir a entrada de combatentes
estrangeiros no Iraque -ao contrário do que dizem os EUA.
Na Polônia, o presidente Aleksander Kwasniewski afirmou que
visitará os 2.400 soldados de seu
país no Iraque, mas não disse
quando. Anteontem, o premiê espanhol, José María Aznar, visitou
suas tropas ao sul de Bagdá.
Na Bélgica, o cardeal Godfried
Danneels, um dos cotados a suceder o papa João Paulo 2º, defendeu a pena de morte para Saddam
-algo que o presidente dos EUA,
George W. Bush, fizera na semana
passada. Entretanto Danneels, arcebispo de Bruxelas, disse que o
ex-ditador deveria ser sentenciado "simbolicamente" para satisfazer a opinião pública, mas poupado da execução.
Com agências internacionais
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