São Paulo, sexta, 23 de janeiro de 1998.



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Clinton vive "inferno astral"

de Washington

Bill Clinton começou o ano de 1998 em ritmo frenético, como se estivesse no início de uma campa nha eleitoral. Em treze dias, anun ciou três grandes pacotes sociais e parecia ter reassumido o controle da agenda política do país.
De repente, o inferno astral desa bou sobre a Casa Branca. Clinton voltou a ser humilhado por Sad dam Hussein, teve que passar seis horas de seu sábado sob uma bate ria de perguntas incômodas dos advogados de Paula Jones, fracas sou ao tentar reanimar o processo de paz do Oriente Médio.
Para terminar, foi atropelado pe lo caso Monica Lewinsky. O presi dente parece estar tão por baixo que, 12 horas após ter descartado numa entrevista de rádio um acor do entre o governo e Theodore Kaczynski, o suposto Unabomber, viu um acordo ser sacramentado.
Clinton não pode mais ser reelei to. Mas ainda tem três anos de go verno pela frente, se os seus pro blemas atuais não terminarem em impeachment. Em 1997, dava a im pressão de já ter se tornado o que na política norte-americana se chama de "pato manco", o que está no poder, mas já não manda.
Seus pacotes de janeiro tinham três objetivos: retomar o comando político, retirar o foco da atenção pública do caso Paula Jones e me lhorar a imagem de seu governo para os futuros historiadores.
Sua preocupação era com as pes quisas: 66% dos americanos o con sideram um presidente medíocre diante dos antecessores e só 5% o classificam de grande presidente.
Agora, no inferno astral, Clinton tem de se ocupar em sobreviver e em reconquistar a confiança do público norte-americano.



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