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Clinton vive "inferno astral"
de Washington
Bill Clinton começou o ano de
1998 em ritmo frenético, como se
estivesse no início de uma campa
nha eleitoral. Em treze dias, anun
ciou três grandes pacotes sociais e
parecia ter reassumido o controle
da agenda política do país.
De repente, o inferno astral desa
bou sobre a Casa Branca. Clinton
voltou a ser humilhado por Sad
dam Hussein, teve que passar seis
horas de seu sábado sob uma bate
ria de perguntas incômodas dos
advogados de Paula Jones, fracas
sou ao tentar reanimar o processo
de paz do Oriente Médio.
Para terminar, foi atropelado pe
lo caso Monica Lewinsky. O presi
dente parece estar tão por baixo
que, 12 horas após ter descartado
numa entrevista de rádio um acor
do entre o governo e Theodore
Kaczynski, o suposto Unabomber,
viu um acordo ser sacramentado.
Clinton não pode mais ser reelei
to. Mas ainda tem três anos de go
verno pela frente, se os seus pro
blemas atuais não terminarem em
impeachment. Em 1997, dava a im
pressão de já ter se tornado o que
na política norte-americana se
chama de "pato manco", o que
está no poder, mas já não manda.
Seus pacotes de janeiro tinham
três objetivos: retomar o comando
político, retirar o foco da atenção
pública do caso Paula Jones e me
lhorar a imagem de seu governo
para os futuros historiadores.
Sua preocupação era com as pes
quisas: 66% dos americanos o con
sideram um presidente medíocre
diante dos antecessores e só 5% o
classificam de grande presidente.
Agora, no inferno astral, Clinton
tem de se ocupar em sobreviver e
em reconquistar a confiança do
público norte-americano.
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