São Paulo, sexta, 23 de janeiro de 1998.



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CASO UNABOMBER
Acusado deve trocar confissão por prisão perpétua
Kaczynski aceita fazer acordo para evitar a pena de morte

de Washington

O matemático Theodore Kaczynski, suspeito de ser o terrorista Unabomber, resolveu aceitar um acordo pelo qual vai se declarar culpado em troca da pena de prisão perpétua em vez de morte.
O julgamento de Kaczynski deveria ter começado ontem. O juiz do caso havia recusado o pedido de Kaczynski de ser seu próprio advogado de defesa, apesar de a promotoria e a defesa terem solicitado que o direito lhe fosse assegurado.
Na semana passada, uma psiquiatra havia atestado que o réu não sofre de doença mental que o impeça ou de ser julgado ou de se defender sozinho. Mas o juiz alegou que a solicitação de autodefesa fora feita tarde demais e que Kaczynski demonstrara desejo de "manipular o julgamento".
O irmão de Kaczynski, David, que o acusou à polícia federal como o Unabomber, vinha afirmando que só havia denunciado o irmão por ter recebido garantias de que a pena de morte não seria pedida no seu caso. Mas o governo federal vinha rejeitando o acordo.
Anteontem à noite, o presidente Bill Clinton, em entrevista à rede pública de rádio dos EUA, disse que, na sua opinião, Kaczynski devia ser julgado pelo júri.
No entanto, a possibilidade de o julgamento de Kaczynski vir a se tornar um grande espetáculo de mídia, capaz de provocar constrangimentos ao sistema legal norte-americano, parece ter pesado mais e levado os promotores a aceitar o acordo.
Kaczynski, no entanto, ainda pode vir a ser julgado e condenado à morte pela Justiça dos Estados onde suas bombas explodiram. (CELS)



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