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FAVORITISMO INTACTO
Bush supera deslizes iniciais de campanha
de Nova York
Há alguns anos, George W.
Bush nunca imaginaria que Atal
Behari Vajpayee e Aslan Maskhadov, respectivamente premiê da
Índia e líder tchetcheno, estivessem no centro de um dos piores
momentos de sua campanha para
a sucessão de Clinton.
Durante uma entrevista à TV
em novembro, um repórter perguntou a Bush se ele saberia dizer
os nomes dos líderes da Índia, do
Paquistão, da Tchetchênia e de
Taiwan. Nervoso, ele se lembrou
do taiwanês mas não soube dizer
os outros três nomes.
Depois do incidente, Bush passou a ter seu conhecimento sobre
política externa e sua "capacidade
intelectual" questionados por órgãos da mídia dos EUA.
Outros maus momentos aconteceram nos debates. Depois de
ter sido várias vezes descrito como relutante e de ter tido suas falas classificadas como "robotizadas", ele sentiu que precisava mudar. Na semana passada, já estava
mais relaxado e contundente.
"Eu sou um competidor. Quero
ganhar. E sou prudente o suficiente para entender que todos
nós precisamos melhorar na vida", afirmou à revista "Time".
Desde que se lançou candidato,
o governador do Texas e filho do
ex-presidente republicano George Bush está na frente em todas as
pesquisas. Além disso, conseguiu
atrair para sua campanha a soma
recorde de US$ 77 milhões. Boa
parte de seus doadores são os empresários do petróleo do Texas,
setor do qual ele já fez parte como
dirigente da empresa da família,
nos anos 80.
Muitos analistas políticos têm
se perguntado porque Bush é tão
popular já que não têm uma carreira política expressiva. O sobrenome, com certeza, faz diferença.
Além do pai, que foi derrotado
por Bill Clinton em 1991, também
a mãe, Barbara Bush, está empenhada na campanha do filho.
Uma das primeiras-damas mais
populares do país, Barbara Bush
já foi a vários jantares para arrecadação de fundos e está agora fazendo campanha em New
Hampshire, onde acontece a primária mais tradicional dos EUA.
Seu irmão, Jeb Bush, governa a
Flórida, Estado eminentemente
hispânico. É um grupo em que
Bush é muito bem aceito. Quando
foi reeleito para o governo do Texas, em 98, teve 49% dos votos da
comunidade hispânica.
Parte de sua boa performance
nas pesquisas está sendo atribuída ao que os comentaristas políticos chamam de fatiga de Clinton.
Exemplo: segundo a última pesquisa CNN/Gallup/USA Today
sobre a corrida eleitoral, 65% dos
entrevistados consideram que
Bush tem as qualidades pessoais
que um presidente deve ter. A
principal é ser alguém que 73%
dos eleitores dizem respeitar.
"Clinton deixou as pessoas
muito envergonhadas de sua conduta. O caráter do candidato será
muito importante nessa eleição",
afirma Ross Baker, cientista político da Rutdgers University.
Mas Bush também já teve seu
passado questionado. Uma biografia não-autorizada lançada
ano passado afirma que ele foi
preso por uso de cocaína em 72, o
que ele nega, apesar de sua resposta padrão ser sempre que não
usa drogas ilegais desde 74. No
entanto Bush assumiu, em sua
autobiografia, ter sido alcoólatra
até 86, quando abandonou o vício
influenciado por um líder religioso amigo da família.
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