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FÓRUM ECONÔMICO MUNDIAL
EUA querem globalizar "guerra à corrupção"
Secretário americano diz que prática mina combate à pobreza e desenvolvimento econômico; iniciativa foi vetada na Cúpula das Américas
CLÓVIS ROSSI
ENVIADO ESPECIAL A DAVOS
Os EUA relançaram ontem a
sua guerra à corrupção, que perderam no âmbito hemisférico durante a Cúpula Extraordinária das
Américas, recém-realizada em
Monterrey (México).
Ontem, em Davos, o secretário
da Justiça, John Ashcroft, equiparou a guerra ao terrorismo ao
combate à corrupção ao dizer:
"Assim como não podemos esperar pelo próximo ataque terrorista, não podemos esperar pela próxima propina ser paga, antes de
nos movermos para brecar futuras atividades corruptas".
Emendou: "Estamos vencendo
a guerra ao terrorismo, mas a corrupção ameaça a capacidade de
empresários e governos de atuar
juntos para pôr fim à praga da pobreza e para expandir as conquistas humanas".
É uma alusão ao fato de que funcionários públicos que recebem
propinas desviam dinheiro de
"melhores estradas, água mais
limpa e escolas mais modernas".
O secretário citou cálculos do
Banco Mundial, segundo os quais
a corrupção leva algo em torno de
US$ 2,3 trilhões, o equivalente ao
Orçamento da maior potência do
planeta, os próprios EUA.
Ashcroft defendeu uma cooperação internacional inédita para
detectar e brecar a corrupção. No
mês passado, os EUA assinaram
uma convenção anticorrupção
das Nações Unidas. Esta exige que
os políticos revelem suas finanças
durante campanhas eleitorais e
que os países devolvam ativos
desviados pela corrupção.
Em Monterrey, os EUA propuseram uma cláusula pela qual países corruptos ficariam excluídos
do processo interamericano, mas
a proposta foi vetada por 31 dos
34 países participantes, incluindo
o Brasil. Foi endossada apenas
por Canadá e El Salvador, além
dos EUA.
Mas o documento aprovado defende, como a convenção da
ONU, a devolução de ativos obtidos por meio da corrupção.
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