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TEMOR NOS EUA
Presidente dos EUA anuncia pacote contra ataques com armas químicas, biológicas e ao sistema de computadores
Clinton ataca "terrorismo do século 21'
MARCELO DIEGO
de Nova York
O presidente Bill Clinton anunciou ontem que vai enviar ao Congresso um programa de US$ 2,86
bilhões para prevenir ataques terroristas em todo os EUA, algo que
a Casa Branca qualificou de "as
ameaças do século 21".
Clinton diz acreditar que há uma
ameaça concreta de o país ser alvo
de um atentado.
O dinheiro será dividido em dois
programas diferentes: US$ 1,4 bilhão será para medidas efetivas de
segurança e outro US$ 1,46 bilhão
para proteger o sistema de computação do país (do chamado "atentado eletrônico").
O presidente expressou ontem,
em discurso na Academia Nacional de Ciências, o temor de que o
país seja alvo de armas químicas e
biológicas. "Os inimigos da paz se
deram conta de que não podem
nos atacar por meios tradicionais",
disse. Em entrevista ao "The New
York Times", publicada ontem,
Clinton já havia declarado que
"perde o sono com a possibilidade
de um ataque biológico ao país".
Para evitá-lo, vai destinar recursos para pesquisas em vacinas contra vírus e bactérias (US$ 52 milhões), em treinamento, aparelhagem e melhoria na infra-estrutura
médica das principais cidades norte-americanas (US$ 683 milhões) e
na reforma do sistema de segurança de prédios e instituições federais (US$ 206 milhões), entre outras medidas.
Clinton quer que a conta seja
aprovada já para o próximo ano
fiscal, que começa em outubro. Ele
também vai alocar recursos para
prevenir ataques via computador,
causando caos no sistema de defesa, no sistema bancário e no modo
de funcionamento das principais
empresas do país. "Não há motivo
para pânico, mas é necessária uma
preocupação deliberada, disciplinada e de longo prazo neste problema", disse Clinton.
O presidente não afirmou abertamente quais são os inimigos que
os norte-americanos têm que temer, mas citou os atentados à
bomba às embaixadas dos EUA na
Tanzânia e no Quênia como exemplos de hostilidade.
Extremismo
O atentado foi atribuído a grupos
extremistas islâmicos e teria sido
orquestrado pelo milionário Osama bin Laden, radicado no Afeganistão. Os EUA acreditam que ele
está desenvolvendo armas químicas e biológicas.
Em 1997, grupos islâmicos reunidos no Paquistão decidiram iniciar
uma série de atentados contra os
EUA. No ano passado, uma pesquisa do instituto Gallup mostrou
que 32% dos norte-americanos temem um atentado terrorista.
O perigo pode não vir de fanáticos religiosos. Em 1995, um extremista contrário ao governo federal, Timothy McVeigh, promoveu
a explosão de um carro bomba em
Oklahoma, matando 169 pessoas.
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Mais gastos militares
A conta de US$ 2,6 bilhões do novo plano antiterrorismo vai ser somada ao pacote de US$ 10,5 bilhões para a construção de bases
antimísseis em seis anos.
É a primeira vez desde que Clinton tomou posse, em 1993, que o
Pentágono (comando das Forças
Armadas) ganha uma suplementação orçamentária.
A Casa Branca diz que só é possível ter novos gastos graças ao superávit fiscal de US$ 70 bilhões.
Mas o desenvolvimento de novos
programas de defesa era uma reivindicação constante dos parlamentares ao presidente.
Ontem, por exemplo, o senador
republicano (oposicionista) Thad
Cochran aplaudiu as medidas de
Clinton, mas já disse que o dinheiro pode não ser suficiente.
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