São Paulo, sexta-feira, 23 de fevereiro de 2001

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ORIENTE MÉDIO

Novo ataque ocorreu ontem, enquanto autoridades admitem fracasso de EUA e Reino Unido na ofensiva anterior

Bombardeio contra o Iraque errou maioria dos alvos

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS
Reino Unido e EUA voltaram a atacar ontem o Iraque, enquanto autoridades do Pentágono (comando militar norte-americano) reconheceram que o bombardeio da aliança ocidental ao país na semana passada não atingiu nem metade dos alvos.
A ofensiva de sexta-feira passada foi a primeira contra alvos próximos de Bagdá (capital) em mais de dois anos. O fracasso da ação constrangeu as autoridades norte-americanas de Defesa, que apontaram uma "eficiência de 100%" nas 66 vezes em que os mísseis JSOW, tipo AGM -154A, foram empregados.
Apenas oito radares iraquianos, entre mais de duas dezenas, sofreram danos. Oito deles "não sofreram nada", indicou uma autoridade sob a condição de anonimato. Outra fonte disse que a maioria dos mísseis caiu cerca de 45 metros longe do alvo, mas afirmou que não dispunha de informações sobre o estado dos cinco ou seis radares restantes.
Embora a causa da falta de precisão não tenha sido revelada, suspeita-se de que tenha havido falhas no programa utilizado pelo sistema que guia os mísseis.
De acordo com as autoridades iraquianas, o bombardeio fez três mortos e 30 feridos.
Os militares britânicos e norte-americanos afirmaram que houve um novo bombardeio ontem porque as baterias antiaéreas do Iraque atacaram um dos aviões da aliança ocidental que patrulham a área de exclusão aérea no norte do país. O ataque do Iraque teria sido orientado por radares.
O presidente norte-americano, George W. Bush, considerou "bem-sucedido" o ataque da semana passada e, sobre a ofensiva de ontem, reiterou que os EUA não permitirão que o ditador iraquiano, Saddam Hussein, ameace os países da região. "Não toleraremos que ele desenvolva armas de destruição em massa", disse. Bush acrescentou que, se for constatada um produção bélica desse tipo no Iraque, haverá "consequências".
O presidente mencionou ainda uma "preocupante" suposta ajuda de técnicos da China no desenvolvimento da defesa iraquiana. "Minha administração está enviando a resposta apropriada aos chineses", declarou.
A reativação das sanções impostas ao Iraque pela ONU em 1990 deverá estar entre os principais objetivos da viagem de quatro dias ao Oriente Médio que o secretário de Estado dos EUA, Colin Powell, inicia hoje.


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