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TERROR
Autoridades espanholas dizem que foi tentativa de intimidação dos separatistas devido à antecipação das eleições na região
Carro-bomba do ETA mata 2 no País Basco
ELIZABETH NASH
DO "THE INDEPENDENT"
A explosão de um carro-bomba
matou ontem dois funcionários
de uma fábrica na cidade de San
Sebastián, no País Basco (norte da
Espanha). O ataque, atribuído ao
grupo separatista basco ETA (Pátria Basca e Liberdade, em basco),
foi considerado uma resposta ao
anúncio de eleições antecipadas
na região autônoma.
Horas depois do atentado, a polícia francesa informou que prendeu Francisco Xabier García Gaztelu, conhecido por Txapote e reputado como líder militar do
ETA. O militante, suspeito de 12
assassinatos, teria sido detido enquanto almoçava num restaurante de Anglet, cidade basca no território francês.
O ataque de ontem elevou para
26 o número de mortes na campanha de terror inaugurada em dezembro de 1999, após o fim unilateral de um cessar-fogo de 14 meses.
O veículo que explodiu, carregado com 6 kg de dinamite, estava
estacionado perto da estação de
trem Martutene, ao lado da fábrica Elektra, na qual trabalhavam as
vítimas.
As autoridades espanholas afirmaram crer que o ataque tinha
como alvo Inaki Dubreuil Churruca, vereador socialista de Ordizia (Província de Guipúzcoa), ferido gravemente com seu guarda-costas.
Ao todo, seis homens foram levados para o hospital local. Acabaram morrendo José Angel Santos Larrañaga, 40, e Josu Leonet
Azkona, 31, apontado como
membro do Euskal Herritarrok,
braço político do ETA. Três dos
feridos sofreram cirurgias devido
a queimaduras, fraturas e ferimentos causados por estilhaços.
Votos contra o terror
O ataque parece ter sido uma
reação à antecipação da eleição
regional basca para o dia 13 de
maio, medida anunciada na terça-feira passada.
O premiê espanhol, José María
Aznar, conferiu ao pleito importância nacional no combate à violência separatista.
O ministro do Interior do país, o
basco linha-dura Jaime Mayor
Oreja, deverá ser indicado por Aznar como candidato do Partido
Popular (PP) à Presidência basca.
Oreja, um dos mais experientes e
leais ministros de Aznar, afirma
que deseja concorrer.
A disputa eleitoral, que não deveria ocorrer antes de 2002, foi
antecipada porque o conservador
PNV (Partido Nacionalista Basco), hegemônico na região por
duas décadas, passou a contar
com uma minoria no Parlamento
basco depois da defecção de deputados pró-ETA, há seis meses.
Além do isolamento e da impotência, o PNV tem sofrido do PP
acusações de complacência em
relação ao grupo separatista.
O partido de Aznar acredita
que, pela primeira vez desde a instalação do Legislativo autônomo
basco, há 20 anos, poderá conquistar o poder no País Basco.
O PP e os socialistas assinaram
em dezembro um pacto inédito
para separar a política antiterror
da rivalidade partidária.
O acordo pôs em evidência o líder socialista José Luiz Rodriguez
Zapatero. Mas os bascos socialistas temem não conseguir realizar
uma boa campanha, por causa da
necessidade de demonstrar fidelidade à aliança com o governo.
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