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MASSACRE
Refugiados foram atacados em campo e queimados em choupanas
Rebeldes matam 192 em Uganda
DA REDAÇÃO
Quase 200 pessoas foram assassinadas, no sábado à noite, em um
campo de refugiados, em Lira
(300 quilômetros ao norte de
Campala, capital de Uganda).
A morte dos civis foi atribuída a
rebeldes do grupo Exército de Resistência do Senhor (ERS). Os rebeldes de Uganda mataram e
queimaram 192 pessoas no pior
ataque sangrento dos últimos
anos, afirmou um funcionário da
administração da cidade.
As mortes causadas por ataques
do ERS, grupo baseado em uma
região no sudeste de Sudão, põem
em xeque as repetidas afirmações
do governo ugandense de que seu
Exército estaria próximo de derrotar o ERS, liderado pelo autoproclamado profeta Joseph Kony.
Daniel Odwedo, funcionário
administrativo de Lira, afirmou
que as autoridades contaram 192
corpos. Foi o pior ataque do grupo desde sua criação, em 1986.
"Estou aqui no hospital de Lira,
e o balanço que recebemos é de
192 corpos", afirmou Odwedo.
"No sábado à noite, os rebeldes
atacaram um campo refugiados
com armas automáticas e granadas. Muitas vítimas morreram
queimadas, depois que os rebeldes as cercaram e as obrigaram a
entrar nas choupanas, às quais
atearam fogo", disse ontem Charles Angiro, autoridade local.
"Aproximadamente 480 choupanas foram incendiadas, deixando
4.800 pessoas sem teto."
De acordo com as Forças Armadas de Uganda, os rebeldes iniciaram o ataque utilizando fogo de
artilharia. "Quando o Exército
percebeu que os rebeldes estavam
fortemente armados, os refugiados foram instruídos a deixar o
campo. Em vez disso, eles correram para suas cabanas de palha,
que foram incendiadas pelos rebeldes", afirmou o padre Sebat
Ayala, que trabalha como missionário na região.
Segundo o padre, havia 36 soldados destacados para proteger o
campo de refugiados, que abrigava cerca de 4.800 pessoas. "Esse
número era insuficiente para lutar contra mais de cem rebeldes
fortemente armados."
De acordo com o religioso, a
maioria dos refugiados escapou
para as redondezas e voltou ao
campo no domingo pela manhã.
Os ataques do ERS forçaram
centenas de milhares de pessoas a
sair de suas cidades no nordeste
de Uganda em busca de proteção
em campos de refugiados.
O Exército afirmou que o ataque de sábado era uma vingança
pelos 95 rebeldes mortos pelos
soldados do governo no norte do
país, nos últimos três dias.
O ERS já seqüestrou milhares de
crianças. As meninas se tornam
escravas sexuais, e os meninos
vão para o combate. Para o ERS,
sua luta é para melhorar o nordeste do país, mas o grupo não esclarece suas reivindicações.
Com agências internacionais
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