São Paulo, segunda-feira, 23 de fevereiro de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

IRAQUE OCUPADO

Secretário vê tropas pela 4ª vez em 11 meses

Rumsfeld vê ação da Al Qaeda em ataques; líder sunita é assassinado

DA REDAÇÃO

O secretário da Defesa americano, Donald Rumsfeld, voltou a acusar a rede terrorista Al Qaeda, responsável pelo 11 de Setembro, de participar da onda de atentados no Iraque. A violência pós-guerra teve continuidade ontem com o anúncio do assassinato de um líder sunita em Bagdá.
As declarações do secretário da Defesa foram feitas quando ele desembarcou no Kuait para uma visita surpresa às bases americanas no golfo Pérsico, a quarta desde que os EUA lideraram a invasão do Iraque, em março do ano passado.
"Eles estão claramente envolvidos nessa atividade", afirmou Rumsfeld ao ser indagado se a Al Qaeda participava dos ataques ocorridos no Iraque. Na sexta-feira, o Pentágono declarara não ter provas de que os militantes islâmicos estrangeiros detidos no Iraque tivessem vínculo com a rede de Osama bin Laden.
Além de acusar a Al Qaeda, o secretário afirmou que a democracia seria instaurada apesar da "desordem" no Iraque e disse que a "tentativa dos terroristas" de prejudicar a transição, comandada pelos EUA, fracassaria.
Os EUA fixaram 30 de junho para a devolução da soberania iraquiana, mas, com o aval da ONU, dizem não haver condição de o país promover eleições diretas até lá. Hoje o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, deve divulgar um relatório sobre a transição.

Violência sectária
"Temos informação de que os terroristas estão tentando fomentar confrontos entre os grupos religiosos e étnicos", disse Rumsfeld, referindo-se a uma carta apreendida em janeiro e atribuída a um jordaniano que opera no Iraque -na qual ele pede à Al Qaeda ajuda para promover uma guerra civil e impedir a transição.
A carta propunha ataques contra a maioria xiita, reprimida pelo ex-ditador Saddam Hussein, a fim de voltá-la contra os sunitas.
Dezenas de autoridades sunitas se reuniram na capital para o enterro do xeque Thamer Suleiman al Zari, assassinado na noite de sábado, na porta de sua casa, em Bagdá. Os tiros foram disparados à queima-roupa por desconhecidos. Em Mossul (norte), mais dois iraquianos foram mortos em ataques da insurgência.


Com agências internacionais

Texto Anterior: Estudo indica rede mundial de bombas, diz "Times"
Próximo Texto: Paquistão reforça ação contra a rede
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.