São Paulo, segunda-feira, 23 de fevereiro de 2004

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Estudo indica rede mundial de bombas, diz "Times"

DA REDAÇÃO

Um estudo americano sobre o modo de operação dos terroristas encontrou indícios da existência de uma rede global de confecção de bombas, afirma uma reportagem publicada ontem pelo jornal "The New York Times". Segundo ela, os carros-bomba usados em ataques na África, na Ásia e no Oriente Médio seguem um mesmo padrão.
"Foram feitas conexões entre as bombas usadas em diferentes continentes", disse ao "Times" um dos especialistas forenses que participaram das investigações. "Sabemos que se trata do mesmo fabricante ou de fabricantes diferentes que seguem as mesmas instruções."
No estudo, os investigadores examinaram, por exemplo, fragmentos das centenas de bombas usadas em ataques no Iraque após o fim da guerra.
Segundo o jornal, embora muitos especialistas em inteligência acreditem que a rede terrorista Al Qaeda, responsável pelo 11 de Setembro, tenha sido enfraquecida pela guerra ao terror, há indícios de que ela esteja disseminando instruções para a confecção de bombas. Muitos dos fabricantes de explosivos, diz o "Times", teriam aprendido a confeccionar bombas improvisadas nos campos de treinamento mantidos pela Al Qaeda, durante os anos 90, no Afeganistão.
Os investigadores, no entanto, não disseram haver sinal de que uma única entidade esteja por trás da fabricação dos carros-bomba e caminhões-bomba usados em atentados maiores, embora tenham sugerido que não haja muita gente no mundo com conhecimento para produzi-los.
A investigação foi conduzida por uma nova força-tarefa do governo americano, o Centro de Análise de Aparatos Explosivos Terroristas (Tedac é a sigla em inglês), que começou a operar em dezembro do ano passado e envolve o FBI, a Agência de Inteligência para a Defesa, a CIA, a Agência Nacional de Segurança e o Departamento de Álcool, Tabaco e Armas de Fogo. Até a reportagem do "Times", o trabalho do grupo vinha se mantendo inédito.
Segundo o FBI (polícia federal americana), que liderou a força-tarefa, quase 90% dos ataques terroristas contra cidadãos americanos nos últimos cinco anos empregaram bombas improvisadas, como as estudadas pelo Tedac.


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