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SAIBA MAIS
Analistas debatem legalidade do ataque
MÁRCIO SENNE DE MORAES
DA REDAÇÃO
O assassinato do líder espiritual do grupo terrorista Hamas,
o xeque Ahmed Yassin, e as freqüentes ofensivas militares de
Israel contra cidades palestinas
geram dúvidas sobre a legalidade de suas ações, pois resoluções
do Conselho de Segurança da
ONU -242 (1967) e 338
(1973)- já condenaram a ocupação dos territórios palestinos.
A questão é complexa, de
acordo com especialistas em direito internacional ouvidos pela
Folha. Segundo eles, mesmo
sem declarar guerra formalmente, Israel tem direito à autodefesa, já que seu território é
atacado por palestinos suicidas.
Para Christopher Joyner, da
Universidade de Georgetown
(EUA), dois outros argumentos
fortalecem a tese da autodefesa.
Primeiro, a maioria dos mortos
israelenses em atentados é civil.
Segundo, Yassin era um catalisador do movimento terrorista,
servindo de inspiração para jovens suicidas palestinos.
Tecnicamente, ademais, desde 1948, Israel está em guerra
com a maioria de seus vizinhos
árabes. Os israelenses só assinaram acordos de paz com o Egito
(1979) e com a Jordânia (1994).
"A ONU já condenou a ocupação israelense e o uso de força
contra civis. Assim, de um ponto de vista legal, as forças de Israel deveriam retirar-se ao menos das cidades ocupadas recentemente", explicou Joyner.
"Por outro lado, os atentados
palestinos também são totalmente ilegais. Eles visam locais
freqüentados pela população civil. Com isso, Israel argumenta
que sua resposta militar tem como base o princípio da autodefesa. Afinal, a ameaça terrorista
paira sobre os civis israelenses."
A verdadeira complexidade
da questão diz respeito a estabelecer se a reação israelense é
proporcional às agressões sofridas e se ela realmente visa os terroristas e aqueles que os
apóiam. Se a população civil palestina for voluntariamente atacada, haverá violação às leis internacionais. Todavia isso também é difícil de ser provado.
"Com base nas leis de guerra,
a morte de civis seria condenável se os militares os atacassem
deliberadamente em zonas residenciais", disse Allan Ryan, da
Universidade Harvard (EUA).
As leis de guerra, de acordo
com ele, começaram a ser criadas há muito tempo com base
no direito consuetudinário e foram complementadas no século
20. As Convenções de Genebra,
de 1949, fazem parte dessas leis.
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