São Paulo, segunda-feira, 23 de abril de 2001

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TERROR

Hóspedes são feitos reféns

Rebeldes tchetchenos invadem hotel turco

DA REDAÇÃO

Um grupo de cerca de 20 homens armados invadiu na madrugada de hoje na Turquia (início da noite de ontem em Brasília) um hotel de luxo em Istambul, fazendo funcionários e hóspedes de reféns.
De acordo com a agência de notícias turca "Anatolian", a ação foi realizada em protesto contra as ofensivas militares da Rússia na Tchetchênia, república separatista russa.
Ainda segundo a agência, os homens entraram no Swisshotel e forçaram as pessoas a se deitar no chão do lobby do edifício, enquanto exigiam falar com o ministro do Interior da Turquia, Saadettin Tantan. Seriam três ou quatro reféns, segundo a rede de TV CNN.
"Sabemos que há hóspedes entre os reféns. Os invasores dizem ser tchetchenos", afirmou o chefe da polícia de Istambul, Kazim Abanoz.
"Eu cheguei ao lobby quando de repente dois homens, vestidos de preto, entraram correndo. Houve tiros e imediatamente eu fugi. Quando eu estava no jardim, pude ouvir mais tiros", disse um cidadão belga que iria visitar um hóspede do hotel.
Imagens feitas por emissoras de TV locais mostraram que pelo menos um homem armado patrulhava a entrada do Swisshotel e que os reféns eram obrigados a caminhar com as mãos para cima.
A polícia cercou o hotel e até o fechamento desta edição a situação permanecia indefinida.
Segundo a "Anatolian", os invasores do hotel são ligados ao grupo que sequestrou uma balsa no Mar Negro em 1996. A Turquia sofreu diversos ataques de rebeldes pró-Tchetchênia nos últimos anos.
No mês passado, sequestradores que exigiam o fim da guerra na Tchetchênia tomaram um avião russo que ia de Istambul a Moscou e o forçaram a ir para a Arábia Saudita.
Cerca de 170 reféns foram libertados depois que tropas sauditas invadiram a aeronave, mas três pessoas morreram na operação, incluindo um membro da tripulação e um sequestrador.
Na última sexta-feira, a ONU condenou a Rússia pelo uso "desproporcional" de força no combate aos rebeldes na Tchetchênia. A ONU pediu ainda "investigações criminais" para determinar se homens a serviço de Moscou estariam cometendo crimes de guerra na ação.


Com agências internacionais

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