São Paulo, sexta-feira, 23 de abril de 2004

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TIRANIA

Causa do acidente de ontem talvez jamais venha a ser revelada pela ditadura comunista

País é um dos mais fechados do mundo

DA REDAÇÃO

A Coréia do Norte é um país tão fechado que o acidente ferroviário de ontem, que pode ter feito 3.000 vítimas, entre mortos e feridos, talvez nunca venha a ser relatado por seu governo comunista, conduzido com mão-de-ferro pelo excêntrico ditador Kim Jong-il.
Um teoria possível é que a tragédia tenha ocorrido devido ao estado decrépito da infra-estrutura do país. A rede de ferrovias está bastante sucateada. Uma viagem pode atrasar horas ou até dias devido ao fornecimento precário de energia.
Kim é extremamente preocupado com sua segurança por medo de um ataque militar norte-americano semelhante ao ocorrido no Iraque.
O presidente George W. Bush incluiu a Coréia do Norte no chamado "eixo do mal", onde aparecem também o Irã e o Iraque pré-ocupação. Pyongyang afirma ter um programa de armas nucleares em andamento.
A Coréia do Norte tem bastante prática -e sucesso- em manter sigilo. Kim assumiu em 1994, em substituição a seu pai, Kim Il-sung, e por três anos não apareceu em público, alimentando especulações de que havia uma disputa interna pelo poder.
Para analistas, o "sumiço" serviu para que o ditador consolidasse seu poder sobre os militares e melhorasse sua imagem ao guardar um luto de três anos.
Mesmo uma grave crise de fome, que matou até 2 milhões de pessoas no país no fim dos anos 90, nunca foi totalmente explicado por Kim, que admitiu um número bem menor de mortos.


Com agências internacionais


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