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PAZ SOB ATAQUE
Powell lamenta ataque a dirigente do Hamas; Sharon pede medidas palestinas antes de suspender ações
Ação de Israel é nova ameaça a negociações
DA REDAÇÃO
A morte de um dirigente regional do grupo terrorista palestino
Hamas pelas forças israelenses,
anteontem, pode atravancar o
processo de paz. A advertência
partiu do secretário de Estado
americano, Colin Powell, que lamentou a posição israelense.
"Eu lamento que continuemos a
nos deixar enredar por esses ataques e contra-ataques, que podem se tornar um obstáculo", disse o secretário americano a jornalistas na Jordânia. "Lamento termos um incidente que pode impedir o progresso", disse.
Powell foi à Jordânia para participar do Fórum Econômico Mundial, e lá se reuniu com representantes da Rússia, ONU e União
Européia -que, com os EUA,
formam o Quarteto- para debater o plano de paz israelo-palestino, patrocinado por eles.
Mas o encontro foi ofuscado pela morte de Abdullah Kawasme
em Hebron (Cisjordânia), que os
palestinos disseram ser uma "sabotagem" de Israel ao processo de
paz. Segundo as forças israelenses, Kawasme, acusado de planejar uma série de atentados, estaria
armado e teria resistido à prisão.
O Hamas prometeu uma "retaliação estrondosa" e disse ser impossível atender aos pedidos de
trégua do premiê palestino, Abu
Mazen, enquanto seus militantes
forem mortos. Ainda assim, o
porta-voz do grupo, Ismail Abu
Shanab, afirmou à rede de TV
americana ABC que um acordo
de paz entre israelenses e palestinos seria possível.
Ciclo de mortes
"Temos que achar um meio de
quebrar esse ciclo contraproducente de violência", afirmou o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, que também participou do
encontro na Jordânia.
Entre os temas debatidos, além
do plano que inclui a criação de
um Estado palestino em 2005, esteve a possibilidade de Israel entregar aos palestinos o controle da
segurança na faixa de Gaza e em
Belém, disse Powell, "em um futuro não muito distante".
Segundo o chanceler israelense,
Silvan Shalom, "Israel deseja deixar a faixa de Gaza e Belém, mas
isso dependerá dos palestinos".
Em comunicado, o Quarteto
afirmou "condenar os brutais ataques terroristas" de grupos palestinos contra Israel e expressou
"profunda preocupação" com as
ações militares israelenses que
têm resultado na morte de civis.
Ontem, mais quatro militantes
palestinos foram mortos em ataque de um tanque israelense na
faixa de Gaza. Segundo testemunhas, os três pertenceriam às Brigadas dos Mártires de Al Aqsa,
grupo terrorista ligado ao Fatah,
movimento político ao qual pertencem o premiê Abu Mazen e o
presidente da Autoridade Nacional Palestina, Iasser Arafat.
O governo de Israel, no entanto,
declarou que continuará a atacar
militantes palestinos que acredite
ameaçar sua segurança, aos quais
chama de "bombas-relógios".
O premiê Ariel Sharon disse em
uma reunião com seu gabinete
que exigiu do governo palestino
"uma ação séria contra as organizações terroristas". Se essa ação
não for tomada, afirmou ele, Israel "continuará com as atividades para manter sua segurança".
Envenenamento
O jornal "Haaretz" informou
ontem que uma militar do Exército israelense foi indiciada sob acusação de forçar uma palestina a
beber líquido tóxico.
O incidente ocorreu em fevereiro, em Tufah, na fronteira da faixa
de Gaza. Segundo promotores
militares, ela teria apontado um
fuzil para a palestina e forçado-a a
beber de uma garrafa que continha um líquido usado para secar
fibra de vidro. A palestina -levada para um hospital- teve convulsões, náuseas, crises de vômito
e febre, além de queimaduras graves na boca e no esôfago.
Com agências internacionais
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