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IRAQUE OCUPADO
Assassinato é o segundo do gênero em menos de uma semana; Seul diz que manterá envio de 3.000 soldados
Terroristas decapitam civil sul-coreano
DA REDAÇÃO
Terroristas islâmicos decapitaram ontem um civil sul-coreano
seqüestrado no Iraque, após Seul
ter-se recusado a cumprir sua exigência de retirar do país sua equipe militar de apoio e suspender o
envio de mais 3.000 soldados.
Kim Sun-il, 33, foi o segundo
homem degolado por terroristas
islâmicos em menos de uma semana. Na sexta-feira passada, o
engenheiro americano Paul Johnson foi morto na Arábia Saudita
por integrantes da Al Qaeda que
exigiam a soltura de terroristas.
A Chancelaria sul-coreana confirmou que o corpo de Kim foi encontrado por soldados americanos entre Bagdá e Fallujah, 50 km
a oeste da capital. "Parece que o
corpo foi jogado para fora de um
veículo. O homem foi decapitado,
e a cabeça foi recuperada junto
com o corpo", disse o porta-voz
das forças americanas no Iraque,
general Mark Kimmitt.
Após a confirmação, a TV sul-coreana mostrou a família de Kim
chorando sua morte na cidade de
Busan, no sudeste do país.
A TV Al Jazira, de Qatar, disse
ter recebido uma fita de vídeo do
assassinato. Nos trechos levados
ao ar, Kim aparece ajoelhado,
vendado e usando uma túnica laranja -como o uniforme usado
na prisão americana em Guantánamo. (Paul Johnson, decapitado
no dia 18, também estava de túnica laranja ao ser morto.)
"Fizemos o alerta, e vocês [sul-coreanos] nos ignoraram. Chega
de mentiras. Seu Exército não está
aqui pelos iraquianos, mas pelos
malditos americanos", diz um
dos terroristas no vídeo.
As imagens seguintes não foram ao ar, mas funcionários da Al
Jazira afirmaram que elas mostram um dos homens cortando a
cabeça do refém com uma faca.
Kim é o primeiro não-americano a ser decapitado por terroristas
islâmicos. Tradutor em uma empresa sul-coreana fornecedora do
Exército dos EUA, ele estava no
Iraque havia oito meses quando
foi seqüestrado, no último dia 17.
Na noite de domingo, a Al Jazira
exibiu um vídeo em que os captores de Kim ameaçavam matá-lo
caso o governo da Coréia do Sul
não cumprisse suas demandas
em 24 horas. Na fita, os seqüestradores se identificavam como integrantes do grupo liderado pelo
terrorista jordaniano Abu Musab
Zarqawi, suspeito de uma série de
atentados no Iraque neste ano e
que, segundo os EUA, tem ligações com a Al Qaeda.
Ontem, os EUA voltaram a
bombardear alvos em Fallujah na
tentativa de atingir uma casa supostamente usada por Zarqawi,
matando ao menos três pessoas.
No sábado, uma ação semelhante
matou 22 pessoas.
O comando americano diz ter
visado um esconderijo de Zarqawi, mas a polícia e os moradores
locais afirmam se tratar de uma
residência civil.
Supostos membros do grupo de
Zarqawi também reivindicaram a
morte de Nicholas Berg, um empresário americano decapitado
no Iraque em maio. Em abril, o
italiano Fabrizio Quattrocchi foi
morto com um tiro por seus captores, no ápice de uma onda de seqüestros de estrangeiros no país.
Terceira força
Mesmo com a morte de Kim, a
Coréia do Sul reiterou o envio de
3.000 soldados a partir de agosto.
Somadas aos 675 homens de
apoio (médicos e engenheiros militares) que Seul já mantém no
país, a força sul-coreana será o
terceiro maior contingente no
Iraque, atrás apenas dos EUA e do
Reino Unido. O governo sul-coreano disse que "condenava fortemente" o que chamou de "um ato
desumano de terror".
Já o presidente dos EUA, George W. Bush, disse que "o mundo
livre não pode ser intimidado pelas ações brutais dessa gente bárbara". "Estão tentando abalar
nossa determinação e nossa confiança, querendo que nos retiremos do mundo para que possam
impor sua visão obscura sobre as
pessoas. Os EUA não se intimidam com essa gente. Acho que o
presidente [sul-coreano] Roh
[Moo-hyun] entende isso."
Também ontem, dois soldados
dos EUA morreram em um ataque em Balad, ao norte de Bagdá,
e três civis foram mortos quando
um carro-bomba explodiu em
um bairro residencial da capital.
Em Mossul (norte), a reitora de
uma faculdade e seu marido foram mortos a tiros e facadas, num
crime de motivação obscura.
Com agências internacionais
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