|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Erro dos EUA omitiu
318 mortos pelo terror
BARRY SCHWEID
DA ASSOCIATED PRESS, EM WASHINGTON
Corrigindo um relatório anterior inexato, o Departamento de
Estado americano anunciou ontem que os atos de terrorismo no
mundo aumentaram em 2003 e
que o total de feridos nesses incidentes subiu dramaticamente.
O departamento também reportou uma queda no número de
mortos -de 725 em 2002 para
625 no ano passado. Mas o relatório incorreto, divulgado em abril,
havia registrado menos da metade disso (307 mortos), informação que foi usada pelo governo
americano como "prova" do sucesso da guerra ao terror.
"Os números estavam errados",
disse o secretário de Estado, Colin
Powell, "e já identificamos como
devemos fazer esse trabalho no
futuro." Powell afirmou que o relatório inicial não visava "apresentar nossos esforços sob ótica
melhor ou pior".
Ontem, Phil Singer, porta-voz
da campanha presidencial do senador democrata John Kerry, disse que se trata "do exemplo mais
recente de um governo que brinca
com a verdade quando o assunto
é a guerra contra o terror". Para
ele, a administração "foi flagrada
tentando inflar o sucesso de seu
combate ao terrorismo". Powell
negou a manipulação.
No relatório inicial haviam sido
reportados 190 atentados em
2003, contra 198 em 2002. O número de 2003, se fosse confirmado, teria sido o mais baixo em 34
anos e representaria uma queda
de 45% desde 2001, o primeiro
ano de George W. Bush na Presidência. Ontem, o Departamento
de Estado disse que, na verdade,
houve 208 atentados em 2003.
O relatório não incluiu os militares americanos mortos ou feridos no Iraque, "porque esses ataques foram lançados contra combatentes". Foram incluídos os
ataques contra civis e militares
desarmados.
Segundo o relatório, 3.646 pessoas foram feridas em atentados
em 2003, contra 2.013 em 2002.
Em abril, o Departamento de Estado havia dito que os feridos de
2003 tinham sido 1.593, uma queda acentuada em relação ao ano
anterior.
O deputado democrata Henry
Waxman tinha contestado os números iniciais e agora disse estar
satisfeito porque as autoridades
"reconheceram que tinham um
relatório incorreto e que, baseados na informação incorreta, tinham tentado assumir o crédito
por resultados [da guerra ao terror] que estavam errados".
Mas o deputado Rahm Emanuel, também democrata, foi
mais crítico. "Coisas estranhas
aconteceram [com o relatório] a
caminho da impressora."
Texto Anterior: Terroristas decapitam civil sul-coreano Próximo Texto: Rumsfeld aprovou interrogatório duro Índice
|