São Paulo, quarta-feira, 23 de junho de 2004

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TRAGÉDIA

Já há 5 vezes mais casos em 2004 do que no mesmo período de 2003

Pólio cresce na África, afirma ONU

Marco Longari - 21.jun.2004/France Presse
Família vela corpo de Ali, menino de 1 ano de idade que morreu de subnutrição em Darfur (Sudão)


DA REDAÇÃO

As Nações Unidas lançaram ontem um alerta de que a situação da poliomielite na África está piorando e poderá tornar-se epidêmica em vários países.
Em Genebra (Suíça), representantes da Organização Mundial da Saúde (OMS) disseram que os casos de pólio neste ano multiplicaram-se por cinco nas regiões oeste e central do continente africano em comparação com igual período de 2003. O Sudão, que não tinha casos de pólio havia mais de três anos, voltou a registrar a doença em maio.
"No começo de 2003, somente dois países na África subsaariana tinham endemias. Hoje, no entanto, a África responde por quase 90% dos casos globais, com crianças paralisadas em dez países do continente que estavam livres da doença", disse David Heymann, que dirige o programa de combate à doença da agência de saúde das Nações Unidas.
A situação é mais grave na Nigéria. Desde que a vacinação foi interrompida em partes do país no fim do ano passado, 197 crianças foram atingidas pela doença. Boatos de que as vacinas eram parte de um complô dos EUA para provocar infertilidade ou disseminar a Aids provocaram a interrupção da prevenção por alguns meses.
Especialistas temem que a pólio possa voltar a espalhar-se pelo mundo porque muitos governos pararam de vacinar as crianças em países que foram declarados livres da doença.
A OMS afirma que precisa de US$ 25 milhões para lançar uma campanha de vacinação de 74 milhões de crianças em 22 nações africanas, de outubro a novembro. A agência diz que ainda é possível cumprir seu plano de erradicar a doença de todo o mundo até o começo de 2005.

Aids
Em Johannesburgo (África do Sul), James Morris -enviado especial da ONU para o sul da África- disse que, devido à Aids e à fome, as pessoas estão "morrendo em uma escala horrível e as vítimas não estão recebendo ajuda".
Na Suazilândia, cerca de 38% da população adulta está infectada com o vírus da Aids. Em torno de 30 milhões dos 40 milhões de portadores do HIV no mundo vivem na África subsaariana. A expectativa de vida na região é de 46 anos.
Morris disse que a "ajuda está a caminho" para combater a escassez de alimentos. Em meados de 2002, no auge da crise, havia estimadas 14 milhões de pessoas precisando de ajuda. As previsões indicam que as colheitas deste ano serão inferiores às de 2003.

Com agências internacionais


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