São Paulo, segunda-feira, 23 de junho de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Brasil rompe silêncio e critica Mugabe

DA REDAÇÃO

O governo brasileiro, que vinha mantendo um embaraçoso silêncio sobre a crise política no Zimbábue, divulgou ontem uma nota em que pela primeira vez critica as autoridades de Harare pelo processo eleitoral.
"O Brasil lamenta que a situação tenha chegado ao ponto de motivar a desistência do candidato opositor", diz o comunicado do Itamaraty emitido no início da noite.
No texto, o Brasil cobra claramente uma mudança de postura por parte do governo zimbabuano. "Ao condenar os atos de violência, [o governo brasileiro] exorta as partes, especialmente o governo do Zimbábue, a propiciar um ambiente de calma e tranqüilidade, em que a vontade do povo zimbabuano possa expressar-se democraticamente."
O comunicado destoa das declarações feitas no primeiro turno da eleição presidencial de 29 de março, que havia sido considerada pelo Itamaraty "idônea" e "ordeira".
Em tentativas de votação no Conselho de Direitos Humanos da ONU o Brasil não condenou o ditador Robert Mugabe.
O Itamaraty suspendeu a missão de observação eleitoral brasileira ao Zimbábue, que seria liderada pelo embaixador Virgílio Moretzohn, chefe da representação do ministério no Rio de Janeiro.
As críticas mais contundentes partiram dos governos ocidentais, principalmente de EUA e Austrália, que prometeram levar o caso ao Conselho de Segurança da ONU para reforçar as sanções impostas a Harare em 2006.
Aliado de Mugabe, o presidente da África do Sul, Thabo Mbeki, disse que promoverá um encontro entre governo e oposição zimbabuanos.


Texto Anterior: Oposição vê como último recurso ação africana
Próximo Texto: Referendo em Tarija aprova autonomia
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.