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São Paulo, quarta-feira, 23 de julho de 2003

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ÁFRICA

Rebeldes ordenam cessar-fogo, mas ainda há enfrentamentos em Monróvia; segundo ministro, 600 morreram nos últimos dias

Combates seguem na Libéria, apesar de trégua

DA REDAÇÃO

Os rebeldes liberianos anunciaram ontem um cessar-fogo, um dia após dezenas de pessoas (ou mais) terem sido mortas por granadas de morteiro que atingiram a capital do país, Monróvia. A Comunidade Econômica dos Países do Oeste Africano discutia ontem, no Senegal, a possibilidade de enviar rapidamente à Libéria tropas de manutenção de paz.
Apesar da trégua anunciada, tropas do governo e rebeldes continuavam ontem a trocar tiros de metralhadora e granadas próximo a duas pontes estratégicas que ligam a região do porto de Mon- róvia ao centro da cidade -onde estão os escritórios do presidente Charles Taylor.
Pouco após o anúncio dos rebeldes, houve também bombardeios esporádicos no centro. Em um deles, uma casa foi atingida no lado oposto da rua da fortemente protegida embaixada americana.
Mas o prometido cessar-fogo ofereceu um fio de esperança a uma cidade envolvida pelo medo. Segundo o ministro da Defesa da Libéria, Daniel Chea, ao menos 600 pessoas foram mortas desde que os rebeldes que tentam derrubar Taylor chegaram à capital, na semana passada.
A batalha nas ruas de Monróvia é apenas o último capítulo de um ciclo de 14 anos de violência e guerras civis em um país criado por ex-escravos americanos como um ideal de liberdade.
Os combates vêm provocando a intensificação dos pedidos para uma intervenção da comunidade internacional e dos EUA. O governo americano, que vem sofrendo pressões para enviar tropas por causa de suas ligações históricas com a Libéria, disse ontem estar trabalhando com a ONU e com os países africanos, mas não decidiu ainda se enviará tropas.
George W. Bush condiciona o envio de tropas à chegada dos militares africanos e à renúncia de Taylor, acusado de crimes de guerra, em Serra Leoa, por uma corte apoiada pela ONU. Taylor diz que não partirá antes da chegada da força internacional.

Relatório
Um relatório da Federação Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho, divulgado semana passada, aponta que a guerra contra o terrorismo deflagrada pelos EUA criou uma distorção nas doações e na ajuda humanitária de países e entidades.
O apoio se concentra em locais estratégicos, como o Iraque e o Afeganistão, em detrimento de locais com situações emergenciais, como a Libéria, Angola, a Somália e a República Democrática do Congo (ex-Zaire). "Há conflitos da moda e outros não, como os da África", disse Antoni Bruel, coordenador da Cruz Vermelha na Espanha.


Com agências internacionais


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