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IRAQUE SOB TUTELA
Apesar de auxílio em libertação, choques entre milícia de clérigo xiita e forças americanas se intensificaram
Repórter americano é solto após intervenção de Al Sadr
DA REDAÇÃO
Após intermediação do clérigo
xiita Moqtada al Sadr, o jornalista
americano Micah Garen foi libertado ontem por militantes iraquianos em Nassíria, no sul do
Iraque. Ele foi seqüestrado há
uma semana junto com o seu tradutor iraquiano, Amir Doushi
-também solto.
Sua libertação ocorreu em meio
à intensificação dos combates envolvendo as forças militares americanas e seguidores de Al Sadr
em Najaf. Na vizinha Kufa, 40 militantes morreram em ação dos
EUA no sábado, segundo autoridades americanas. Militantes afirmam que apenas um morreu.
Garen concedeu entrevista à rede de TV Al Jazira, do Qatar, confirmando que foi solto. O jornalista agradeceu a Al Sadr pela intermediação. O clérigo decidiu intervir na libertação de Garen depois
de militantes armados divulgarem filme ameaçando matá-lo se
as tropas americanas não se retirassem de Najaf em 48 horas.
Porém representantes de Al
Sadr condenaram o seqüestro,
que ocorreu sem a conivência dele. "Os seqüestradores escutaram
o pedido que fizemos durante as
orações de sexta e eles nos contataram e prometeram não fazer
nada contra eles [Garen e seu tradutor]", disse o xeque Aws al
Khajafi, assessor de Al Sadr que
participou das negociações de libertação com os seqüestradores.
O jornalista afirmou que foi seqüestrado quando tirava fotos
com uma pequena câmera. Algumas pessoas que não aceitavam
ser fotografadas entraram em
atrito com ele. Nesse momento,
ele teria sido confundido com um
espião a serviço dos americanos.
Garen trabalha para a empresa
de mídia Four Corners e já prestou serviços fotográficos para a
agência de notícias Associated
Press e escreveu reportagem publicada no "New York Times".
Nos últimos meses, cresceu o
número de seqüestros de estrangeiros no Iraque.
Combates
Forças dos EUA isolaram a parte antiga de Najaf, onde se localiza
a mesquita de Ali, uma das mais
sagradas para os xiitas. Nessa
mesquita, estão entrincheirados
seguidores de Al Sadr, um dos
mais ferrenhos opositores da ocupação americana. Helicópteros
realizaram ataques e tanques circularam pelas ruas da cidade, que
estavam desertas ontem.
A ação ocorre em meio a impasse nas negociações de trégua. O
governo iraquiano pediu paciência aos dois lados. O temor é de
que os confrontos atinjam a mesquita, acentuando ainda mais a já
hostil postura da maioria xiita do
país à presença americana.
Em incidentes separados, cinco
americanos morreram.
Com agências internacionais
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