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"Núcleo "duro" atua em vários países"
DO "LE MONDE"
Eric Dénécé é pesquisador sobre serviços de inteligência no
CNRS (Centro Nacional da Pesquisa Científica, França), e autor
de "Guerra Secreta contra a Al
Qaeda". Eis sua entrevista.
Pergunta - Como interpretar as
mais recentes prisões de suspeitos?
Eric Dénécé - Sabemos no fundo
muito pouco. Os americanos maximizam as ameaças quando elas
se referem a seu território. É também difícil saber o que acontece
no Paquistão. Os EUA e o Paquistão só divulgam informações que
lhes sejam convenientes. O Reino
Unido atua de outro modo e é
mais conseqüente. Há a infiltração nas redes clandestinas de paquistaneses e sauditas, e apenas
em último caso é que prisões são
feitas. Quando isso ocorre é porque acreditam, com provas mais
sólidas, de que estão na iminência
de uma ameaça real.
Pergunta - Qual o papel atual da
direção "histórica" da Al Qaeda?
Dénécé - Os "históricos" começaram a agir em 1993. Eram na
época um grupo de cerca de 5.000
terroristas, dos quais 80% foram
eliminados. Alguns até se indagam se não foi também o caso de
Bin Laden. Depois de desalojada
do Afeganistão, uma célula operacional se refugiu em Karachi, onde os americanos e paquistaneses
a desmantelaram. Outras redes se
formaram, nem sempre ligadas à
Al Qaeda, como a chefiada por
Abu Musab Zarqawi. Persiste um
núcleo "duro", cujo objetivo é
provocar atentados tão mortíferos quanto o do 11 de Setembro.
Eles atuam em vários países e não
serão descobertos em caso de prisão de Bin Laden.
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